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A ‘corrida por cérebros’ que a inteligência artificial provoca nas big techs

Cresce a procura por profissionais especializados em algoritmos de IA, em jogo que mal começou

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 jul 2025, 14h52 - Publicado em 25 jul 2025, 06h00

Deixe de lado, ao menos por um instante, a guerra de tarifas declarada por Donald Trump. Há um outro conflito de proporções globais, espalhafatoso e com imenso poder de transformações econômicas, aqui e agora: a disputa pelos profissionais especializados em inteligência artificial (IA). A queda de braço pela contratação de cérebros nesse campo é hoje o mais interessante movimento no terreno dos negócios de tecnologia.

PASSE DE OURO - Alexandr Wang: o geniozinho de 28 anos agora na Meta
PASSE DE OURO - Alexandr Wang: o geniozinho de 28 anos agora na Meta (./Divulgação)

Há gigantes no ringue. A Meta, de Mark Zuckerberg, o conglomerado que abraça o Facebook, o Instagram e o WhatsApp, acaba de desembolsar 14,8 bilhões de dólares na aquisição de 49% das cotas de uma empresa, a Scale AI, plataforma que transforma dados em alimento para máquinas sabichonas. A ideia aparente é atrair a discreta companhia para enriquecer o portfólio da badalada big tech de Zu­cker­berg, mas há um outro objetivo mal dissimulado: levar Alexandr Wang, de 28 anos, um geniozinho americano de origem chinesa com fortuna estimada em 3,6 bilhões de dólares, e que sabe tudo de algoritmos. Caberá a Wang — eis aí o pulo do gato — liderar um novo laboratório da Meta, dito de “superinteligência”, destinado a desenvolver mecanismos de IA. E mais: Zuckerberg, tubarão insaciável, mandou abrir o cofre para atacar nomões do Google e da OpenAI, oferecendo pacote anual de vencimentos que pode encostar em 100 milhões de reais. É muita coisa, mas parece não haver saída, porque perder o bonde significará ser levado ao acostamento, em futuro breve.

A agitação do mercado não para. A OpenAI de Sam Altman deu um lance de 3 bilhões de dólares pela massa cinzenta de uma desenvolvedora de ferramentas de programação com IA, a Windsurf. A exigência: o compartilhamento da propriedade intelectual com seu principal investidor, a Microsoft. A Windsurf recuou. Entrou em cena, então, o Google, que pôs na mesa 2,4 bilhões de dólares sem nenhuma contrapartida extravagante. Parecia fechar as contas, levaria um time inteiro de craques, quando uma outra concorrente, a Cognition, quebrou a banca e saiu vitoriosa (os valores finais não foram divulgados). “A procura por especialistas em IA está muito longe de ser a marola que se previa há pouco mais de dois anos, quando surgiram ferramentas como o ChatGPT”, diz Álvaro Martins, professor de tecnologia da informação da Fundação Getulio Vargas.

arte invest IA

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Temia-se — e convém ainda temer — o roubo de postos de trabalho em decorrência da revolução imposta pela IA. Muito rapidamente, contudo, os ventos mudaram de lado, e o que vinha tingido de medo agora é oportunidade, que pode ser traduzida em uma simples questão: que recursos individuais desenvolver, por meio de estudo, para ingressar em mercado tão promissor? A resposta: depois da formação em ciências da computação, rapidamente se especializar em IA, e então pegar o caminho de boas oportunidades. O país forma 53 000 profissionais da tecnologia por ano, mas a demanda é três vezes maior. Atualmente, peritos em IA escolhem onde trabalhar. O engenheiro mineiro Felipe Lauar, 27, começou a carreira na França há cinco anos. Trabalhava em uma seguradora de saúde, mas a saudade o impeliu ao retorno, fez as malas e voltou. Em menos de uma semana, já estava empregado. “Tive mais de uma oferta, mas escolhi uma empresa de conteúdo jurídico”, diz Lauar. Levantamento feito nos Estados Unidos mostra que uma em cada quatro vagas de tecnologia exige IA no currículo. “O bom profissional precisa dominar a atividade e também saber onde há gargalos, de modo a abrir portas”, diz Guilherme Silveira, especialista em IA e CEO da Alura, uma das maiores escolas de tecnologia do país, com mais de 1 600 cursos.

DISPUTA - Mark Zuckerberg (à esq.) e Altman, da OpenAi: dólares como armas
DISPUTA - Mark Zuckerberg (à esq.) e Altman, da OpenAi: dólares como armas (David Paul Morris/Bloomberg/Getty Images; Dustin Chambers/Bloomberg/Getty Images)

O frenesi na descoberta de inteligências humanas banhadas de IA lembra a bolha da internet na década de 1990, período especulativo no mercado de ações, com a valorização de empresas pontocom e investimentos na lua, atalho para vagas e salários em órbita. A farra acabou em uma tremenda ressaca e a bolha um dia estourou. Tudo indica que o destino do mercado para profissionais em IA será bem diferente.

Publicado em VEJA de 25 de julho de 2025, edição nº 2954

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