Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Wuhan: o futuro no marco zero do coronavírus

Depois do medo, o que se vislumbra é uma metrópole de volta à vida

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 dez 2020, 08h46 - Publicado em 24 dez 2020, 06h00

Até 2020, pouca gente tinha ouvido falar de Wuhan, importante centro comercial na China central, vizinho à monumental Represa das Três Gargantas. De repente, todas as atenções se voltaram para a cidade — ela cravou neste ano um infeliz lugar na história por ter se tornado o berço da pandemia que viria a pôr o planeta do avesso. Foi ali que o novo coronavírus se instalou no organismo humano pela primeira vez, lá por meados de dezembro, talvez até antes. A mão férrea de Pequim empurrou o incômodo invasor para debaixo do tapete, ele virou o ano acobertado e só se tornou drama no fim de janeiro, quando ficou impossível ignorar sua existência. A essa altura, já ceifava vidas em série nas casas, nos hospitais, até nas calçadas da cidade esvaziada pelo pânico. Documentos oficiais vazados mostram que, devido a um misto de incompetência e aversão a más notícias, os primeiros testes levavam três semanas para ficar prontos e, assim, a província de Hubei, onde fica Wuhan, tinha mais do que o dobro dos 2 500 casos confirmados. Teorias conspiratórias alimentadas pelos embates geopolíticos espalharam que os chineses, no afã de dominar o globo, haviam criado o vírus artificialmente. A ciência — e é sempre melhor (e mais inteligente) se fiar nela — sustenta que ele saiu provavelmente de um morcego, infectou um homem em um mercado insalubre e daí se espalhou.

Depois do imperdoável primeiro ato capitaneado pelo regime chinês, escamoteando a realidade, o país tratou de virar a página — e Wuhan se transformou em um laboratório de iniciativas para debelar a epidemia lideradas pelo Partido Comunista. Seus 11 milhões de habitantes foram confinados em um rigoroso lockdown e monitorados por satélites e câmeras de reconhecimento facial. Robôs pulverizavam desinfetantes na cidade fantasma. Os cidadãos foram divididos por cores segundo seu risco de transmissão da doença e as fronteiras se fecharam. Dois mega-hospitais foram erguidos em questão de dias. Resultado: os casos caíram a zero no primeiro semestre (ao menos oficialmente). Uma ou outra ocorrência às vezes ainda pipoca aqui e ali, mas o que se vislumbra é uma metrópole de volta à vida e até fazendo campanha para atrair turistas no que, por ironia, parece agora ser um território dos mais seguros.

Publicado em VEJA de 30 de dezembro de 2020, edição nº 2719

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.