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Febre amarela: vírus da doença é identificado em outros mosquitos

Pesquisa inédita mostrou o vírus em mosquitos 'Aedes albopictus'. Capturados em 2017 no Estado de Minas Gerais, eles vivem em áreas rurais e urbanas

Por da Redação
Atualizado em 15 fev 2018, 18h54 - Publicado em 15 fev 2018, 18h38

Uma pesquisa inédita do Instituto Evandro Chagas, do Pará, vinculado ao Ministério da Saúde, conseguiu detectar o vírus da febre amarela em mosquitos Aedes albopictus (popularmente conhecido como Tigre Asiático).

Os mosquitos, que vivem em áreas rurais e urbanas, foram capturados em 2017, em áreas rurais próximas dos municípios de Itueta e Alvarenga, em Minas Gerais. Novos estudos são necessários para confirmar agora a capacidade de transmissão do Aedes albopictus, já que a detecção do vírus no mosquito não significa necessariamente que a espécie possa transmitir a doença.

“Ter encontrado o vírus no mosquito Aedes albopictus não significa necessariamente que ele adquiriu o papel de transmissor da febre amarela. Por isso é preciso voltar a essas áreas para uma nova coleta de mosquitos e avaliar a capacidade de transmissão deles”, explicou Pedro Vasconcelos, diretor do Instituto.

O Ministério da Saúde reitera que não há registro confirmado de febre amarela urbana no país e também não há registro de mosquitos Aedes aegypti infectados com o vírus da febre amarela. Todos os casos de febre amarela registrados no Brasil desde 1942 são silvestres, inclusive os atuais, ou seja, a doença foi transmitida por vetores que existem em ambientes de mata (mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes).

Vacinação em SP e RJ
De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde na quinta-feira 15, os estados de São Paulo e Rio de Janeiro já vacinaram 3,9 milhões de pessoas na campanha contra a febre amarela até o momento. O dado corresponde a 19,2% do público que deveria ser imunizado nos dois estados.

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A previsão do Ministério da Saúde é vacinar 20,5 milhões de pessoas no Sudeste — sendo 10,3 milhões em 54 municípios de São Paulo e 10 milhões em 15 municípios do Rio de Janeiro. Esta é a campanha em que se adotou o uso da vacina fracionada. Os números incluem as aplicações fracionadas e inteiras.

Segundo o boletim do órgão, Rio de Janeiro vacinou 1,2 milhão de pessoas (12% do público-alvo). Em São Paulo, 2,7 milhões receberam a imunização (26% do público-alvo). Minas Gerais ainda não encaminhou os dados ao ministério.

Baixa adesão à campanha de vacinação
Por causa da baixa procura da população pela vacinação, o estado do Rio decidiu prorrogar a campanha. Em São Paulo, a previsão para o término era no próximo sábado 17, quando ocorre o Dia D de mobilização. De acordo com o Ministério da Saúde, o estado avaliará a necessidade de estender a imunização após essa data.

A baixa adesão à campanha motivou o órgão a reforçar a importância da vacinação. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, alertou para a necessidade de ampliar a cobertura vacinal. “Fazemos um apelo para que a população compareça às unidades de saúde. A campanha está pronta. É importante que a população compareça para que a nós alcancemos a cobertura vacinal prevista de acima de 90% nessas áreas onde as vigilâncias estaduais determinaram que deve haver vacinação de pessoas”, reiterou.

“O que está ocorrendo no Brasil é que os casos de febre amarela estão ocorrendo em áreas onde não era recomendada a vacinação, portanto as pessoas estão suscetíveis porque não eram vacinadas. Por isso a importância de se vacinarem nessa campanha e evitarem casos e mortes pela doença”, complementou Pedro Vasconcelos.

Na Bahia, a campanha de fracionamento da vacina começará na próxima segunda. O estado prevê imunizar 3,3 milhões de pessoas em oito municípios.

Casos confirmados
De 1º de julho de 2017 a 15 de fevereiro deste ano foram confirmados 407 casos de febre amarela no país, sendo 183 em São Paulo, 157 em Minas Gerais, 68 no Rio de Janeiro e 1 caso no Distrito Federal.

Também foram registrados 118 óbitos em todo o país, 44 em Minas Gerais, 46 em São Paulo, 27 no Rio de Janeiro e uma morte no Distrito Federal. No mesmo período do ano passado, 532 casos e 166 óbitos foram confirmados. Os dados são preliminares e um novo boletim será divulgado nesta sexta-feira (16).

 

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