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Vacina da dengue do Butantan demonstra proteção de 89% contra casos graves

Candidato a imunizante demonstrou eficácia e segurança por até cinco anos em população de 2 a 59 anos; Brasil registra 6,4 milhões de casos da doença

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 ago 2024, 17h26

Os novos dados do estudo de fase 3 da candidata a vacina contra a dengue do Instituto Butantan apontaram capacidade de proteção de 89% contra episódios graves e com sinais de alarme da doença. O imunizante, em testes com mais de 16 mil voluntários desde 2016, também demonstrou eficácia e segurança contra o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti por um período de cinco anos.

Segundo artigo publicado no periódico científico The Lancet Infectious Diseases, foram acompanhados os participantes que entraram no ensaio clínico entre fevereiro de 2016 e julho de 2019 que tiveram análises monitoradas até 13 de julho de 2021. Com base nesses dados, os pesquisadores encontraram risco mais elevado de apresentar dengue grave entre os voluntários que receberam placebo.

No que diz respeito à eficácia geral contra a manifestação sintomática da infecção, o índice foi de 67,3%. O recorte por sorotipo aponta proteção de 75,8% para DENV-1 e 59,7% para DENV-2. No período analisado, não foram detectadas infecções por DENV-3 e 4, de acordo com o Butantan, porque o país enfrentava queda nos casos da doença, que é sazonal, e um novo pico ocorreu em 2019. O instituto disse que, durante a alta, a vacina manteve sua eficácia.

“É esperado de qualquer vacina que os anticorpos caiam com o tempo, o que não significa que o imunizante deixe de proteger contra a doença de maneira significativa. Trata-se de uma resposta natural do sistema imune e a queda foi dentro do esperado para o tempo do estudo”, informou, em nota, Fernanda Boulos, diretora médica do Instituto Butantan.

A vacina contra dengue do Butantan

O imunizante contra a dengue em teste no Instituto Butantan é fruto de uma parceria com os Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que compartilhou as quatro cepas virais do imunizante e conduziu a fase 1 dos testes com humanos entre 2010 e 2012. A fase 2 ocorreu no Brasil entre 2013 e 2015. Há oito anos, o Butantan coordena os testes de fase 3 com 16.235 participantes que serão avaliados pelo instituto até que todos completem cinco anos de acompanhamento desde a entrada no ensaio.

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O imunizante é feito com os quatro sorotipos do vírus (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) em sua forma atenuada. Dessa forma, estimula a produção de anticorpos pelo indivíduo sem causar a doença. Ele está em testes com uma população de 2 a 59 anos formada por pessoas que já foram infectadas e também que ainda não tiveram contato com o vírus.

Uma versão quadrivalente da vacina contra a dengue seria importante para conquistar altas coberturas vacinais, tendo em vista que a adesão pode diminuir quando mais doses são necessárias para garantir a proteção. Além disso, estar protegido contra um sorotipo não impede a pessoa de ser infectada com outro e uma nova infecção tende a ser mais grave.

Em janeiro deste ano, os primeiros achados de fase 3 foram divulgados no periódico New England Journal of Medicine e indicaram eficácia de 79,6% ao longo de dois anos de acompanhamento (sendo 89,5% para DENV-1 e 69,6% para DENV-2).

No momento, o imunizante Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda, integra as ações de vacinação contra a doença do Ministério da Saúde, mas as doses disponíveis têm como foco apenas a população de 10 a 14 anos.

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Surto de dengue no Brasil

O Brasil enfrenta o maior surto da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti dos últimos 24 anos e bateu os recordes de episódios e mortes pela doença da série histórica com dados desde o ano 2000.

Segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, o país registrou 6.468.731 casos de dengue e 5.067 mortes entre janeiro e esta segunda-feira, 12. Há 2.108 óbitos em investigação.

Em todo o ano passado, foram 1.658.816 casos de dengue. Antes disso, a maior crise da doença tinha ocorrido em 2015, quando foram feitas 1.688.688 notificações. Em relação às mortes, o ano passado mantinha o recorde, com 1.094 óbitos, seguido por 2022, que registrou 1.053.

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