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Uma em cada 10 mulheres sente dor na relação sexual

Um levantamento britânico com mulheres sexualmente ativas sugere que sentir dor durante a relação sexual é um problema comum e ocorre em todas as idades

Por Da redação
25 jan 2017, 15h30

Uma pesquisa britânica constatou que uma em cada dez mulheres sente dor durante a relação sexual. O resultado sugere que o problema, conhecido como dispareunia é comum, afeta mulheres de todas as idades e muitas vezes é negligenciado pelos médicos. O problema é tão grave que algumas mulheres disseram que evitavam o sexo por medo de sentir dor. As informações são da rede britânica BBC.

No estudo, pesquisadores dos departamentos de ciências da saúde, ginecologia, psicologia e psiquiatria de cinco universidades britânicas, entrevistaram 7 000 mulheres sexualmente ativas com idades entre 16 e 74 anos na Grã-Bretanha. Os resultados mostraram que sentir dor durante a relação sexual era mais comuns entre mulheres na faixa dos 50 e 60 e poucos anos, e na faixa etária de 16 a 24 anos.

Entre as participantes que relataram dor durante o sexo (7,5%), um quarto sofre com o problema frequentemente ou sempre que teve relações nos últimos seis meses ou mais. Um terço destas mulheres também disse estar insatisfeita com sua vida sexual.

A dispareunia é caracterizada por dor durante relações sexuais envolvendo penetração. Geralmente, o incômodo está associado a problemas comuns como ressecamento vaginal, ansiedade e falta de prazer. Segundo especialistas, existem tratamentos eficazes para o problema, mas nem sempre as mulheres buscam ajuda: muitas sentem vergonha e ainda consideram um tabu falar sobre sexo. Também podem haver outras razões físicas, psicológicas e emocionais – mais difíceis de tratar – relacionadas a dores no sexo. Portanto, o ideal realmente é procurar um especialista.

Início da vida sexual, menopausa e DSTs

No estudo, as mulheres que mais relataram dor durante as relações sexuais estavam nas faixas etárias associada à iniciação sexual e à menopausa. Para Kirstin Mitchell, coordenadora da pesquisa britânica, “entre as mulheres mais jovens, a dor pode estar relacionada ao fato de estarem iniciando a vida sexual e aceitando práticas que o parceiro deseja, mas que na verdade não as excitam. Ou ainda, elas podem ficar tensas porque o sexo é uma novidade e elas não se sentem 100% à vontade com o parceiro.”, explicou.

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Uma pesquisa feita com 200 universitárias no Canadá, indicou que metade das jovens considerou a sua primeira relação sexual dolorosa. Kirstin  defende que a educação sexual deveria preparar melhor as jovens para uma vida sexualmente ativa. “Frequentemente, as aulas de educação sexual abordam doenças sexualmente transmissíveis e gravidez. Elas também deveriam preparar as pessoas para pensarem no que dá prazer sexual e para falar sobre o que gostam ou não em um relacionamento de confiança e respeito”.

Já as mulheres na menopausa podem sentir dor por causa do ressecamento vaginal. Nessa fase, declínio nos níveis do hormônio feminino estrogênio, que normalmente mantém os tecidos úmidos e saudáveis, pode causar secura na vagina e causar desconforto durante a penetração.

Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) também podem tornar o sexo doloroso.

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Em busca de soluções

Karen, de 62 anos, contou à BBC que seus problemas começaram aos 40 anos. “Senti que meu desejo sexual caiu muito, eu demorava mais para ficar excitada e, embora tivesse um marido compreensivo, comecei a sentir medo cada vez que ele me procurava. Acho que é como qualquer musculatura: quanto menos você usa, pior é”., disse.

Ela recorreu a produtos lubrificantes, mas continuou com problemas e acabou desenvolvendo uma condição chamada vaginismo – a contração involuntária dos músculos próximos à vagina, que dificulta e até impede a penetração na relação sexual. “Não acontecia só durante o sexo, mas até quando eu ia ao médico fazer o exame preventivo. Eu deitava na maca e tentava fugir da enfermeira porque doía demais”, lembrou.

O médico de Karen receitou então cremes com estrogênio e dilatadores vaginais para ajudar a controlar a contração involuntária dos músculos. “As mulheres precisam saber que existe ajuda para todos os tipos de problema, principalmente porque estamos vivendo mais. Ninguém deve abandonar a vida sexual aos 50 anos. Muitas mulheres não gostam de falar disso. Nós compartilhamos as dores do parto, mas ainda assim as mulheres da minha geração não costumam falar abertamente sobre sexo e menopausa. Nós devíamos mudar isso”., afirmou.

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Procurar ajuda

Especialistas britânicos recomendam que qualquer pessoa que sinta dor durante ou depois do sexo busque ajuda médica. Se o problema for de origem emocional ou consequência de ansiedade, um psicólogo ou terapeuta sexual também poderá ajudar.

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