Um em cada três pais não acredita que vacina protege crianças da Covid-19
Pesquisa apontou que 67% dos entrevistados receberam notícias falsas e desinformação impactou na decisão de levar filhos em postos de imunização

Entre 1º de janeiro e 11 de outubro do ano passado, uma criança entre 6 meses e 5 anos morreu por dia em virtude da Covid-19, causada pelo novo coronavírus, segundo dados de dezembro da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). No entanto, por mais que seja uma preocupação declarada, uma pesquisa apontou que um em cada três pais (31%) não acredita que a vacina é capaz de proteger os pequenos dos quadros graves da doença, mesmo com a ampla divulgação da comunidade científica sobre a eficácia dos imunizantes disponíveis.
Os dados são de um levantamento do Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) feito a pedido da farmacêutica Pfizer, que mostrou ainda que a Covid lidera o ranking de doenças mais temidas pelos pais de crianças e adolescentes de até 14 anos, totalizando 59%. Na sequência, estão: meningite (56%), poliomielite (49%) e pneumonia (48%).
Para a pesquisa, foram ouvidos 2.372 pais ou responsáveis por crianças de 0 a 14 anos de São Paulo (capital e região metropolitana) e das regiões metropolitanas de Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre.
Os dados mostraram que 67% dos entrevistados receberam notícias falsas sobre saúde infantil e a desinformação causou algum tipo de hesitação para levar os filhos aos postos de vacinação para 35% dos entrevistados.
Em relação à vacina contra a Covid-19, 14% dos pais declararam que não vão vacinar os filhos contra a doença, algo que deixa os pequenos vulneráveis a quadros graves caso sejam infectados pelo vírus.
“A desconfiança aliada a fake news em relação às vacinas são fatores que contribuem para a hesitação ou recusa vacinal, o que já se reflete nas baixas taxas de cobertura vacinal da nossa população pediátrica. Esse é um desafio imenso que precisamos enfrentar: combater as fake news e disseminar informação confiável, que ajude as famílias a protegerem suas crianças”, disse, em nota, a diretora médica da Pfizer Brasil, Adriana Ribeiro.
Outro problema detectado pelo levantamento foi a caderneta de vacinação com doses atrasadas. A falta de tempo para imunizar os filhos foi citada por 68% dos pais e 46% afirmaram que a pandemia levou ao atraso vacinal.