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Tinder prejudica a autoestima, diz estudo

Apps de relacionamento, como o Tinder, nos quais estranhos decidem se gostam de você ou te rejeitam pela aparência só causa insegurança, sugere estudo

Por Da redação
Atualizado em 17 Maio 2017, 14h43 - Publicado em 16 Maio 2017, 18h18

Sites e aplicativos de encontros online podem danificar sua auto-estima e te deixar mais insatisfeito com sua aparência. De acordo com um novo estudo, publicar fotos em aplicativos de relacionamento, como o Tinder, nos quais você é julgado por estranhos que, com um simples deslizar de dedos, decidem se gostam de você ou te rejeitam, só causa insegurança.

O estudo, realizado por pesquisadores da Universidade do Norte do Texas, nos Estados Unidos, comparou 100 usuários do Tinder – o famoso app de relacionamentos amorosos – com mais de 1.000 pessoas que não utilizavam aplicativos nem sites de relacionamento. 

Os homens participantes avaliaram sua satisfação corporal, em categorias como “muscularidade dos braços”, “magreza do estômago” e com seu corpo, em geral. As mulheres classificaram sete partes de seu corpo, incluindo quadris e coxas, e quatro categorias exclusivas para o rosto.

Auto-estima mais baixa

Os resultados mostraram que as pessoas que nunca procuraram por um parceiro no mundo virtual passavam menos tempo se preocupando com sua aparência porque elas não estavam sendo “avaliados por outros”. Por outro lado, pessoas que utilizam o Tinder estavam mais infelizes com sua aparência, se preocupavam mais com o fato de serem atraentes e tendiam a se comparar mais com outras pessoas.

Para surpresa dos pesquisadores, os homens tinham menor auto-estima do que as mulheres.

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Julgados pela aparência

Segundo os autores, sites de relacionamento dão pouco espaço para as pessoas escreverem sobre si mesmas, o que faz com que elas sejam julgadas principalmente por suas fotos, e, consequentemente, pela aparência. Além disso, o objetivo final do namoro moderno é dar “match” – quando dois usuários demonstram interesse entre si no aplicativo – com alguém, então as pessoas não vão hesitar em posar para fotos de uma forma que chama a atenção para si mesmos e pareçam mais atraentes.

“Os usuários de sites de redes sociais, antecipando o escrutínio de outros, se concentram em si mesmos e tentam, apresentar uma imagem, através de suas fotos publicadas, que se aproxima dos ideais de beleza da sociedade e acentua sua aparência. Com o passar do tempo, essa auto-promoção e gerenciamento de impressões, particularmente quando são rejeitados, só piora os níveis de auto-objetificação, depreciação corporal e menor auto-estima.”, disse Jessica Strubel, pesquisadora da Universidade do Norte do Texas, e principal autora do estudo.

Encontros casuais

Mas o Tinder especificamente pode ser usado para entretenimento ou para encontrar parceiros casuais, em vez de relacionamentos sérios. Isso pode deixar as pessoas se sentindo ainda mais inseguras se alguém não escolhê-las simplesmente ao deslizar o dedo para a esquerda (forma de rejeitar alguém no aplicativo) e não para a direita (forma de dar “like”, ou seja, mostrar interesse por alguém no aplicativo).

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O problema é agravado ainda mais pela disponibilidade constante desses sites e o fato de que as pessoas geralmente são julgadas por seus semelhantes.

“Nossos resultados sugerem que o Tinder representa um meio contemporâneo para as pressões de aparência e seu uso está associado a uma variedade de percepções negativas sobre corpo e si mesmo, e com aumentos na probabilidade de internalizar os ideais de aparência e fazer comparações com outros.”, disse Jessica.

Os resultados foram publicados recentemente no periódico científico Body Image.

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