Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99

Teste caseiro é opção precisa e viável para detectar HIV

Segundo estudo, autotestes de HIV - que não são aprovados no Brasil - podem ser tão eficazes quanto exames feitos em unidades de saúde para ajudar a controlar a epidemia de aids

Por Da Redação
3 abr 2013, 10h06

Ainda hoje, o estigma e o medo impedem muitas pessoas de comparecer a um centro de saúde para fazer um exame que diagnostica a infecção pelo HIV. Porém, testes caseiros para detectar o vírus são uma alternativa precisa, viável e aceitável para pessoas que buscam mais privacidade na hora de realizar um exame desse tipo – e, portanto, podem auxiliar no controle da epidemia de aids. É o que concluiu um time internacional de pesquisadores após analisar 21 estudos que avaliaram a estratégia do autoteste em sete países – ao todo, 12.402 indivíduos participaram desses trabalhos. A pesquisa foi publicada nesta terça-feira no periódico PLoS Medicine.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Supervised and Unsupervised Self-Testing for HIV in High- and Low-Risk Populations: A Systematic Review

Onde foi divulgada: periódico PLoS Medicine

Quem fez: Nitika Pant Pai, Jigyasa Sharma, Sushmita Shivkumar, Sabrina Pillay, Caroline Vadnais, Lawrence Joseph, Keertan Dheda e Rosanna W. Peeling

Continua após a publicidade

Instituição: Universidade McGill, Canadá

Dados de amostragem: 12.402 pessoas

Resultado: O teste caseiro, que detecta HIV pela saliva em 20 minutos, é alternativa tão precisa e viável para diagnóstico da infecção quanto exames em unidades de saúde

Continua após a publicidade

Esse novo trabalho, desenvolvido na Universidade McGill, no Canadá, comparou duas estratégias de teste rápido para detectar o vírus HIV pela saliva do paciente, sendo que uma delas é realizada em casa, sem qualquer tipo de supervisão, e a outra, em alguma unidade de saúde e acompanhada por um profissional.

Segundo as conclusões da pesquisa, o autoteste de HIV, feito em casa, tem alta aceitabilidade – índice que variou de 74% a 96%. Além disso, entre 61% e 91% dos voluntários dos estudos avaliados declararam preferir o teste caseiro ao feito em unidades de saúde. “Esse tipo de exame é realizado pelo indivíduo sem qualquer tipo de assistência. O teste é comprado, realizado e interpretado por essa pessoa. Mas, se ela desejar, há um serviço de assistência pelo telefone. Essa prática, portanto, exige proatividade e motivação”, disse ao site de VEJA Nitika Pant Pai, coordenadora do estudo. “A precisão desse tipo de exame é tão alta quanto de exames de sangue.”

Segundo a pesquisadora, mesmo na América no Norte a discriminação ao diagnóstico de HIV ainda é excessiva. “Tanto é que 40% dos pacientes com HIV dos EUA aparecem nos hospitais com uma infecção avançada”, diz.

Continua após a publicidade

Veja também:

Especialista tira dúvidas sobre formas de contágio da aids

Teste caseiro – Em 2012, o Food and Drug Administration (FDA), órgão que regula alimentos e remédios nos Estados Unidos, aprovou um autoteste caseiro para o diagnóstico de HIV. No exame, o paciente coleta uma amostra de sua saliva. Depois, esse indivíduo mergulha o cotonete em uma solução líquida e espera 20 minutos para o resultado do teste. No Brasil, esse teste não é aprovado. Para Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids-SP, a estratégia deveria ser testada no País. “Hoje, identificamos como principal estratégia a realização de testes nos serviços de saúde, com acolhimento e orientação”, diz.

Brasil – Durante esta semana, o Ministério da Saúde brasileiro está promovendo a Mobilização Nacional de Prevenção e Testagem de Sífilis, que tem como objetivo a promoção do diagnóstico precoce da doença, que teve 14.000 casos notificados em 2011. Até este domingo, a população de todo o país terá acesso ao teste rápido de sífilis. Esse exame é de triagem, ou seja, caso dê positivo, o paciente deve realizar outros testes em laboratórios.

O teste rápido de sífilis vem recebendo grande atenção do governo. Segundo o Ministério da Saúde, em 2011 foram distribuídos, a estados e municípios, 31.500 testes para o diagnóstico da doença. Em 2012, esse número cresceu 35 vezes: 1,1 milhão de exames.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.