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‘Supermalária’ preocupa especialistas

A disseminação no Sudeste Asiático de uma forma de malária resistente à principal linha de tratamento contra a doença tem preocupado especialistas

Por Da Redação
Atualizado em 25 set 2017, 19h06 - Publicado em 25 set 2017, 16h59

Uma forma de ‘supermalária’, resistente à principal linha de tratamento disponível atualmente contra a doença, está se disseminando rapidamente pelo Sudeste Asiático e preocupa especialistas. Segundo um novo artigo publicado no periódico científico The Lancet Infectious Diseases, essa resistência teria sido originada por diversos fatores, como o fato de os pacientes não tomarem os medicamentos de forma adequada até o fim, políticas inadequadas de tratamento em algumas regiões e ampla disponibilidade de medicamentos sem receita, incluindo versões baratas e de qualidade inferior.

Ameaça

A malária é uma doença causada pela infecção dos glóbulos vermelhos humanos por quatro espécies do parasita unicelular Plasmodium: Plasmodium vivax, Plasmodium ovale, Plasmodium malarie e Plasmodium falciparum. A ‘supermalária’ resistente aos medicamentos artesunato e piperaquina – principal linha de tratamento contra a infecção – é resultado de uma mutação no Plasmodium falciparum e já foi identificada em cinco países: Camboja, Laos, Tailândia, Vietnã e Mianmar.

De acordo com o artigo, assinado por especialistas em medicina tropical da Universidade Mahidol, na Tailândia, o tratamento não funcionou em quase um terço do casos no Vietnã e cerca de 60% no Camboja, onde foi registrada a primeira ocorrência.

Esse tratamento tem como principal objetivo reduzir a carga parasitária em pacientes infectados, possibilitando que os outros medicamentos façam efeito. No entanto, o fato de um dos parasitas ter se tornado resistente a eles pode impactar consideravelmente a contenção da disseminação da doença.

Os autores consideraram esses dados alarmantes diante da possibilidade dessa versão resistente chegar à África, onde ocorrem 92% dos casos de malária. “Essa é uma séria ameaça. É uma corrida contra o relógio. Temos que eliminá-la antes que a malária se torne incurável novamente.”, disse Arjen Dondorp, líder da equipe de pesquisa, à BBC News.

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Outros medicamentos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatizou que existe a possibilidade de o parasita ser eliminado com o uso de outros medicamentos antimalariais. Entretanto, esses remédios demoram mais para fazer efeito.

Além disso, os pesquisadores alertam para o fato de o parasita ter se tornado resistente a dois medicamentos, o que aumenta a possibilidade de resistência aos demais existentes.

Malária

O principal vetor da doença é a fêmea do mosquito Anopheles, mais comum em países de clima tropical e subtropical e que possui hábitos noturnos, semelhante ao pernilongo. Cerca de 212 milhões de pessoas são infectadas a cada ano.

No Brasil, a Região Norte é a mais afetada pela malária, onde ocorrem 98% dos casos. Febre alta, dores de cabeça e no corpo, ondas de calor e calafrios, suor, falta de apetite e cansaço são os sintomas mais comuns, que podem cessar e se repetir em dias alternados.

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