Soberana 2: a aposta de Cuba contra a Covid-19
O imunizante entrou na fase 3 de testes clínicos, mas já está em uso em profissionais de saúde do país
Cuba entrou na corrida do desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19 com diversas candidatas. Uma delas, a Soberana 2, entrou no início do mês de março na fase 3 de testes clínicos, tornando-se a primeira candidata latino-americana a chegar nessa fase avançada. Embora ainda esteja em estudo, o imunizante já é aplicado no país, em profissionais de saúde.
Em breve, autoridades cubanas planejam solicitar às agências sanitárias o uso emergencial não só da Soberana 2, como da Abdala, outra vacina desenvolvida no país que já está na fase final de testes clínicos. Como parte dos testes e do acesso expandido, as autoridades cubanas querem vacinar 1,7 milhão de habitantes de Havana até maio.
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Cerca de 44.000 voluntários, com idade entre 19 e 80 anos, participam da fase 3 do estudo da Soberana 2, que avalia a segurança e eficácia da vacina. Os participantes foram divididos em três grupos: alguns receberão duas doses com 28 dias de intervalo entre elas, outros receberão duas doses mais uma adicional e o terceiro um placebo.
O recrutamento e a aplicação da primeira dose já está finalizada. A expectativa, de acordo com o vice-diretor Yury Valdés, é que essa etapa tenha duração aproximada de três meses, após aplicada a última dose.
No total, quatro vacinas candidatas estão em desenvolvimento em Cuba: além da Soberana 2 e Abdala, existe a Soberana 1 (fase 2) e a Mambisa (fase 1). As três primeiras são administradas por injeção, enquanto a quarta por spray nasal. Todas utilizam tecnologia de proteínas recombinantes, a mesma técnica usada na americana Novavax.
Cuba enfrenta um aumento no número de casos e óbitos pela doença. Segundo informações da Reuters, o país registra entre 600 e 1.000 casos novos de Covid-19 por dia, muito acima da média do ano passado. Entretanto, o país tem uma das taxas per capita mais baixas da doença. Desde o início da pandemia, cuba registrou 68.250 casos e 401 mortes. A meta do governo é vacinar toda a população da ilha, de 11 milhões de habitantes, até o final do ano.