Se você achar que a vacina contra a Covid-19 vai doer, ela dói mais mesmo
É o que mostra estudo provando a relação entre fatores psicológicos e episódios de dor de cabeça, fadiga e dor local após a imunização

Um estudo liderado pela Universidade de Toledo (UToledo), em Ohio, nos Estados Unidos, apontou que pessoas que alimentam a expectativa de ter efeitos colaterais após a vacinação contra a Covid-19 estão mais propensas a apresentá-los. Em artigo publicado na revista científica Psychotherapy and Psychosomatics, os pesquisadores mostraram a relação entre fatores psicológicos e episódios de dor de cabeça, fadiga e dor local após a imunização.
O grupo de Andrew Geers, professor do Departamento de Psicologia da universidade e autor principal do artigo, descreveu pela primeira vez o impacto de fatores psicossociais nos possíveis efeitos das vacinas contra a Covid-19.
Para chegar ao achado, os pesquisadores entregaram, em abril, um formulário contendo sete efeitos colaterais comuns em pessoas imunizadas e questionaram 551 adultos que ainda não tinham sido vacinados sobre suas expectativas sobre eles.
O grupo selecionou eventos que tinham sido divulgados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), como febre, dor de cabeça, calafrios, dor nas articulações, náuseas, fadiga e dor no local da aplicação.
Os participantes foram acompanhados por três meses e posteriormente indagados sobre os efeitos colaterais apresentados após a vacinação. O resultado foi uma ligação entre as expectativas e o que os voluntários vivenciaram.
Os pesquisadores veem no estudo um caminho não só para entender por que algumas pessoas apresentam os efeitos colaterais, mas para desenvolver mecanismos eficientes no aumento da adesão aos imunizantes. Eles planejam analisar descobertas semelhantes de análises realizadas em outros países, além de avaliar outros dados coletados na pesquisa, como intenção de dose de reforço e uso de redes sociais.