Saúde define local para memorial da pandemia de Covid-19
A proposta é que o local seja destinado à memória e reflexão sobre causas, consequências, enfrentamento e superação da pandemia
O gabinete da ministra da Saúde, Nísia Trindade, publicou nesta quarta-feira, 1, no Diário Oficial da União, portaria que institui o Memorial da Pandemia de Covid-19 , no Centro Cultural do Ministério da Saúde, no Rio de Janeiro.
A proposta é que o local seja destinado à memória e reflexão sobre causas, consequências, enfrentamento e superação da pandemia, na perspectiva de estabelecer novos parâmetros e protocolos científicos de atuação do Estado brasileiro em situações de risco sanitário similar.
“O espaço deverá ter caráter educativo e de transmissão de conhecimento no campo da saúde, contemplando múltiplos olhares e perspectivas e assegurando interdisciplinaridade no tratamento do tema entre diferentes órgãos governamentais e instituições”, define a portaria.
Para garantir a elaboração e implantação do projeto, será criada uma comissão especial, à qual caberá:
- conceber e propor o projeto do Memorial, tanto no que diz respeito à estrutura física quanto às instalações, os equipamentos e os recursos necessários;
- conceber uma política nacional de preservação da memória da Pandemia de Covid-19;
- acompanhar a instalação e elaborar desenho de atividades a serem desenvolvidas no âmbito do Memorial, indicando potenciais parceiros; e
- definir a forma de trabalho, com a prerrogativa de convidar colaboradores de diferentes áreas do Ministério da Saúde e de outros órgãos ou pessoas externas que possam contribuir com o projeto.
O grupo terá que se encontrar a cada 30 dias em Brasília para realizar as reuniões necessárias para o desenvolvimento do Memorial.
“Política desastrosa”
O Memorial é uma promessa cumprida de Nísia. Em julho, durante sua palestra no Congresso da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, ela havia comentado sobre o desejo de pôr em prática o projeto, para que a Covid-19 e a postura “desastrosa do governo passado” em relação à pandemia não sejam esquecidas. “Política de memória deste triste tempo”, definiu ela na época.
“Não podemos esquecer. Não que nós não consigamos ver que estamos em um outro momento, em uma outra situação. Não é isso. Mas, não só a pandemia, mas a forma como o Brasil abordou, a política de governo absolutamente desastrosa que nos levou a 700 mil vidas perdidas, não pode ser esquecida”, disse ela, se lembrando de iniciativas como os museus do Holocausto.