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Saiba o que mais salva a vida de bebês prematuros e abaixo do peso

Em novas diretrizes, OMS diz que o contato pele a pele com a mãe deve começar imediatamente após o nascimento, sem separação ou período em incubadora

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 nov 2022, 16h33

A Organização Mundial da Saúde (OM) divulgou nesta terça-feira 15,  novas diretrizes para melhorar os índices de sobrevivência e os resultados de saúde de bebês nascidos precocemente (antes de 37 semanas de gravidez) ou pequenos (menos de 2,5 kg ao nascer).

As recomendações dizem que o contato pele a pele com a mãe – ou um cuidador chamado de mãe canguru – deve começar imediatamente após o nascimento, sem qualquer período inicial em uma incubadora. Essa diretriz marca uma mudança significativa em relação às orientações anteriores e à prática clínica comum, já que reflete os enormes benefícios para a saúde da mães e bebês prematuros quando permanecem próximos, sem serem separados.

“Bebês prematuros podem sobreviver, prosperar e mudar o mundo – mas cada bebê deve ter essa chance”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “Essas diretrizes mostram que melhorar os resultados para esses bebês minúsculos nem sempre é fornecer as soluções de alta tecnologia, mas garantir o acesso a cuidados de saúde essenciais centrados nas necessidades das famílias”.

As diretrizes também trazem recomendações para garantir apoio emocional, financeiro e no local de trabalho para famílias de bebês muito pequenos e prematuros, que podem enfrentar estresse e dificuldades extras pela necessidade de cuidados intensivos e ansiedades em torno da saúde de suas crianças.

A prematuridade é um problema urgente de saúde pública. Todos os anos, cerca de 15 milhões de bebês nascem prematuros, o que representa mais de 1 em cada 10 de todos os nascimentos em todo o mundo, e um número ainda maior – mais de 20 milhões de bebês – tem baixo peso ao nascer. Esse número está aumentando e a prematuridade é hoje a principal causa de morte de crianças menores de 5 anos.

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Dependendo de onde nascem, permanecem também as disparidades nas chances de sobrevivência de um bebê prematuro. Enquanto a maioria dos nascidos em ou após 28 semanas em países de alta renda sobrevive, em nações pobres, não chegam 10% de sobrevivência.

A maioria dos bebês prematuros pode ser salva por meio de medidas que incluem cuidados de qualidade antes, durante e após o parto, prevenção e gerenciamento de infecções comuns e cuidados com a mãe canguru – combinando o contato pele a pele em um envoltório especial por várias horas com a mãe, ou na falta dela, um cuidador, além do aleitamento materno exclusivo.

Como os bebês prematuros não têm gordura corporal, muitos têm problemas para regular sua própria temperatura ao nascer e geralmente precisam de assistência médica para respirar. Recomendações anteriores apontavam para um período inicial de separação de seu cuidador principal, com o bebê sendo estabilizado em uma incubadora ou aquecedor. Isso levaria em média, cerca de 3 a 7 dias. A pesquisa da OMS mostra, no entanto, que iniciar o cuidado com a mãe canguru imediatamente após o nascimento salva muito mais vidas, reduz infecções e hipotermia e melhora a alimentação.

“O primeiro abraço com um dos pais não é apenas emocionalmente importante, mas também absolutamente crítico para melhorar as chances de sobrevivência e os resultados de saúde de bebês pequenos e prematuros”, afirmou Karen Edmond, médica responsável pela saúde do recém-nascido da OMS.

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Embora essas novas diretrizes tenham pertinência especial em ambientes mais pobres que podem não ter acesso a equipamentos de alta tecnologia ou mesmo fornecimento confiável de eletricidade, elas também são relevantes para contextos de alta renda. “Fazem repensar como os cuidados intensivos neonatais são fornecidos”, afirmam as diretrizes, para garantir que pais e recém-nascidos possam estar juntos o tempo todo.

Amamentação também é importante

A amamentação também é fortemente recomendada para melhorar a saúde de bebês prematuros e de baixo peso ao nascer, com evidências de que reduz os riscos de infecção em comparação com as fórmulas infantis. Quando o leite materno não estiver disponível, o leite humano de doadoras é a melhor alternativa, embora as fórmulas fortificadas possam ser usadas se não houver bancos de leite de doadoras.

Integrando o feedback das famílias coletadas por meio de mais de 200 estudos, as diretrizes também defendem um maior apoio emocional e financeiro para os cuidadores. “A licença parental é necessária para ajudar as famílias a cuidar do bebê”, afirmam as diretrizes, enquanto as políticas e direitos governamentais e regulatórios devem garantir que as famílias de bebês prematuros e com baixo peso ao nascer recebam ainda apoio financeiro e no local de trabalho.

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“Com os tempos de Covid-19, sabemos que muitas mulheres foram desnecessariamente separadas de seus bebês, o que pode ser catastrófico para a saúde de prematuros ou pequenos. Essas novas diretrizes enfatizam a necessidade de fornecer cuidados às famílias e bebês prematuros juntos como uma forma de garantir que os pais recebam o melhor apoio possível durante o que geralmente é um momento estressante e de ansiedade”, finalizou Karen.

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