Saiba a relação entre a dose de reforço da vacina e as novas variantes
Estudo mostra que vinte cepas diferentes do coronavírus foram neutralizadas após a vacinação com a terceira dose, crucial para identificá-las e combatê-las

Vinte variantes diferentes da Covid-19 foram efetivamente identificadas e neutralizadas após um terceiro reforço da vacina, de acordo com um novo estudo da Universidade de Surrey, no Reino Unido, que forneceu um mapa antigênico das variantes de preocupação. Publicada na Nature Microbiology, os resultados da pesquisa sugerem que a imunidade diminui 20 semanas após a vacinação, e um terceiro reforço (da vacina Pfizer-BioNTech, no caso deste estudo) ajudou o sistema imunológico a identificar e neutralizar essas novas cepas.
“O surgimento desta doença e seu impacto mortal em nosso dia-a-dia demonstra o quão crucial é para a comunidade científica trabalhar em conjunto para identificar e caracterizar doenças infecciosas rapidamente”, disse Daniel Horton, co-autor do estudo e leitor em Virologia Veterinária da Universidade de Surrey.
Segundo o especialista, o mapa antigênico permitiu à equipe identificar e medir como cada variante afetava o sistema imunológico. “A contribuição da Universidade de Surrey para este estudo por meio do mapeamento das várias variantes faz parte de um esforço colaborativo histórico de € 90 milhões para combater doenças zoonóticas na Europa, refletindo nosso foco na compreensão das ligações inextricáveis entre a saúde dos animais, humanos e , na verdade, o planeta que todos nós compartilhamos”, explicou Horton.
O Instituto Pirbright liderou este estudo colaborativo com cientistas da Universidade de Surrey, Imperial College em Londres e da Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA) para entender a resposta imune de indivíduos com idades entre 70 e 89 anos que receberam a vacina Pfizer-BioNTech.
O imunizante funciona acionando o sistema imunológico para criar proteínas em forma de Y, conhecidas como anticorpos, que podem aderir às proteínas de pico encontradas na superfície do coronavírus. Se uma pessoa estiver infectada pelo SARS-CoV-2, os anticorpos se ligam às proteínas de pico, impedindo que o vírus se ligue e entre na célula humana, auxiliando na proteção contra o desenvolvimento de doenças graves. Os anticorpos também atuam como um farol para alertar o sistema imunológico para ajudar a combater a infecção.
“Entender como os níveis de anticorpos neutralizantes se relacionam com uma resposta imune bem definida será um passo importante para compreender como o sistema imunológico responde ao SARS-CoV-2 e também pode ajudar no gerenciamento da Covid-19”, afirma Dalan Bailey, chefe do grupo de glicoproteínas virais em Pirbright, que acrescenta. “Esta informação pode nos ajudar a entender se o risco de infecções, hospitalização e morte é aumentado pela diminuição da imunidade ou novas variantes. A pesquisa compara as respostas imunes a diferentes variantes do SARS-CoV-2 e a compreensão do papel de diferentes mutações é vital na gestão da pandemia da Covid-19 e na previsão do resultado de novas variantes”, conclui.
Abaixo, os números da vacinação no Brasil: