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Relacionamentos ‘ioiô’ prejudicam a saúde mental

Quanto mais um casal termina e 'faz as pazes', maiores são os riscos da aparição de transtornos mentais como depressão e ansiedade

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 17h33 - Publicado em 24 ago 2018, 17h33

Conhecidos “ioiô” ou “pingue-pongue”, relacionamentos em que os casais terminam e voltam com frequência podem ter impacto negativo na saúde psicológica das pessoas, aponta estudo publicado recentemente na revista Family Relations. Segundo especialistas, terminar o namoro e depois de pesar os prós e contras reatar nem sempre é ruim; na verdade, a separação pode ajudar os parceiros a perceber a importância do relacionamento, contribuindo para uma união mais saudável e comprometida.

No entanto, se essa atitude é corriqueira, pode indicar que algo não vai bem e pode ser extremamente tóxico para a saúde emocional e mental. “As descobertas sugerem que as pessoas que terminam a relação e voltam a ficar juntas precisam analisar a situação mais de perto para determinar o que e por que não está funcionando”, explicou Kale Monk, professor da Universidade do Missouri, nos Estados Unidos, ao Medical Daily.

Reflexo emocional

Os relacionamentos amorosos exercem grande efeito no bem-estar dos indivíduos, assim como o término está associado ao sofrimento psicológico, que pode ser pontual e de curta duração. Entretanto, quando esse ciclo se repete com o mesmo parceiro, pode facilitar a aparição de problemas mais graves, como a depressão.

Para comprovar cientificamente essa realidade, os pesquisadores avaliaram 545 participantes – 266 estavam em relacionamentos heterossexuais e 279 se relacionavam com pessoas do mesmo sexo. A escolha dos relacionamentos homossexuais foi uma proposta da equipe para identificar as disparidades existentes entre os diferentes tipos de relação amorosa.

Os resultados mostraram que quanto mais um casal terminava e ‘fazia as pazes’, maiores eram os riscos de depressão, ansiedade e outros sinais de sofrimento psicológico – termo geral usado para descrever sentimentos desagradáveis ou emoções que afetam o nível de funcionamento do indivíduo. A pesquisa ainda revelou que a ocorrência do ‘iôiô’ foi praticamente a mesma em relacionamentos héteros ou homossexuais. Entretanto, a frequência foi mais alta no caso de casais gays em comparação com lésbicos ou heterossexuais. 

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Diante das descobertas, a equipe determinou que padrões ‘iôiô’ causam aumento dos sintomas de sofrimento psíquico.

Por que reatamos, então?

Embora a maioria das pessoas saiba que os relacionamentos desse tipo sejam emocionalmente exaustivos, muitos acabam vivenciando a experiência. Um estudo anterior, publicado no The Journal of Social Psychology, apontou alguns dos motivos mais comuns pelos quais os casais insistem em manter uma relação que claramente não está funcionando.

Algumas das explicações envolvem segurança financeira, a presença de filhos ou a sensação de que o tempo investido no relacionamento vale o esforço de ‘tentar mais uma vez’ – ainda que já tenham sido muitas. Para Monk, os casais que sentem a necessidade de dar mais uma chance à relação devem fazê-lo por realmente desejarem se manter juntos, e não por obrigação.

O especialista ainda enfatizou a importância da comunicação, mencionando que a terapia de casais pode permitir conversas mais francas sobre problemas que estão prejudicando o namoro (ou casamento) e são ignorados pela dificuldade em abordá-los sem a ajuda de um profissional. No entanto, se a pessoa já notou que a toxicidade da relação está prejudicando a saúde física e mental em demasia, ela não deve se sentir culpada em romper; o fim do relacionamento será benéfico para ambos.

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