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Quase 80% das mulheres que não precisam de desodorante usam o produto desnecessariamente

Segundo novo estudo, essas pessoas carregam uma variação genética que as impede de produzir odor sob os braços

Por Da Redação
17 jan 2013, 09h51

Quase oito em cada dez mulheres britânicas que não precisariam passar desodorante o fazem mesmo assim, concluiu um novo estudo da Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha. Segundo os autores, essas pessoas não necessitam desses produtos pois carregam uma variação do gene ABCC11, que faz com que elas não produzam nenhum odor nas axilas. Os pesquisadores acreditam que esse trabalho possa abrir portas para que a genética passe a ser utilizada para facilitar a escolha de produtos de higiene pessoal. “Um teste genético simples poderia poupar alguns indivíduos da compra e do uso de produtos desnecessários e também reduzir a exposição deles a substâncias químicas”, diz Santiago Rodriguez, que coordenou a pesquisa.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Dependence of Deodorant Usage on ABCC11 Genotype: Scope for Personalized Genetics in Personal Hygiene

Onde foi divulgada: periódico Journal of Investigative Dermatology

Quem fez: Santiago Rodriguez, Colin Steer, Alexandra Farrow, Jean Golding e Ian Day

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Instituição: Universidade de Bristol, Grã-Bretanha

Dados de amostragem: 6.495 mulheres

Resultado: Cerca de 2% das mulheres britânicas brancas carregam uma variação no gene ABCC11 que as impedem de produzir odor debaixo dos braços. Delas, 78% usam desodorante mesmo assim. Essa variação genética também torna as pessoas mais propensas a ter cera de ouvido seca, e não pegajosa, característica que poderia indicar a necessidade, ou não, do uso de desodorante.

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O estudo foi divulgado nesta quinta-feira no periódico Journal of Investigative Dermatology, uma publicação do grupo Nature. Segundo os autores, a produção de odor embaixo do braço acontece quando o suor produzido pelas glândulas sudoríparas se mistura a certas bactérias. A atividade do gene ABCC11 é um dos fatores responsáveis para que esse odor seja produzido, mas uma variação genética nesse gene o torna inativo.

Para realizar a pesquisa, a equipe se baseou nos dados de 6.495 mulheres. A partir de um teste, o grupo encontrou a variação genética no gene ABCC11 em 2% das participantes. Apesar de não precisarem, já que não produzem odor nas axilas, 78% das mulheres britânicas brancas que apresentavam essa variante relataram usar desodorante todos os dias. A pesquisa também descobriu que 5% das participantes que deveriam fazer uso do produto, já que não carregavam a variação genética e que, portanto, produziam odor embaixo do braço, não costumavam fazê-lo.

Os autores do estudo ainda mostraram que pessoas que carregam essa variação genética também são mais propensas a ter a cera seca no ouvido, e não pegajosa. Ou seja, segundo eles, a verificação desse fator poderia ser um indicador da produção, ou não, de odor embaixo dos braços.

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