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Qual a visão dos médicos brasileiros sobre a vacinação? Pesquisa desvenda

Levantamento do Instituto Ipsos ouviu especialistas sobre desafios da imunização; veja vacinas mais indicadas nos consultórios

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 jun 2025, 10h52 - Publicado em 11 jun 2025, 18h00

Na última década, o Brasil começou a experimentar uma consequência negativa do sucesso da imunização: somado o fenômeno das fake news e movimentos antivacina, a eliminação ou redução de doenças fez com que a cobertura vacinal despencasse. Há um processo de recuperação em curso, mas será necessário um movimento do governo, da sociedade e dos profissionais de saúde para que toda a população fique protegida de patógenos que podem causar desde hospitalizações até a morte. Para avaliar como o tema é visto pelos brasileiros, o instituto de pesquisa Ipsos realizou um levantamento sobre a importância das vacinas e encontrou apoio de 90% dos médicos e adesão de 75% da população, um sinal de que ainda é possível conquistar mais adeptos.

Além de entrevistar médicos e 1 000 adultos com mais de 18 anos, a pesquisa avaliou o cenário da imunização no país com base nos dados do DataSUS, do Ministério da Saúde. Segundo o levantamento, foram aplicadas 115 milhões de doses por ano no período de 2022 a 2024. Esse montante corresponde a todos os imunizantes ofertados gratuitamente pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).

O balanço do ano passado mostra que as vacinas mais aplicadas foram: difteria e tétano adulto (9.934.572), hepatite B (9.861.322), poliomielite oral (8.662.309), pólio injetável (7.068.520) e febre amarela (6.903.869). A vacina da dengue, ofertada para jovens de 10 a 14 anos, apareceu em décimo lugar com 4.047.975.

Entre as especialidades dos 68 médicos entrevistados, estavam pediatria, oncologia, clínica geral, ginecologia e pneumologia, e 90% dos profissionais ouvidos afirmaram que a vacinação é importante da prevenção de doenças dentro da sua especialidade médica. A pesquisa tinha níveis de concordância gradativos e os 10% restantes ficaram dissolvidos nesses estágios. Em relação ao impacto para o manejo e tratamento de doenças, 79% afirmaram que a vacina tem influência.

Desafios para a vacinação

O levantamento perguntou quais eram os maiores desafios em relação à vacinação dos pacientes e 53% dos médicos afirmaram que é a dificuldade de acesso a imunizantes que não estão disponíveis no calendário. Em segundo lugar, com 43%, ficou a falta de adesão às campanhas e, em terceiro, ausência de conhecimento da população sobre as vacinas de rotina (38%).

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“Quando a gente fala com médico e com a população, estamos captando percepção e sabemos que existe um dado preocupante de queda na adesão a vacinas tradicionais e aumento de doenças evitáveis pela imunização”, explica Adriana Ghobril, diretora de Saúde da Ipsos.

O ranking de vacinas mais prescritas por médicos brasileiros é formado por gripe (76%), covid-19 (74%), herpes-zóster (63%), vírus sincicial respiratório – VSR (62%), dTpa (56%) e hepatite B (56%).

A vacina contra o herpes-zóster teve pedido de incorporação no SUS feito pelo Ministério da Saúde em abril e a contra o VSR, vírus causador da bronquiolite, recebeu aval da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) para oferta gratuita em fevereiro deste ano.

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Adesão às vacinas

Do lado da população, o levantamento apontou que 75% dos entrevistados afirmaram que tomam todas as vacinas recomendadas por médicos e campanhas, 19% buscam apenas que consideram “essenciais” e 6% não se vacinam. O imunizante com maior adesão foi contra a covid-19, totalizando 85% das respostas, seguido de difteria e tétano (75%), tríplice viral (75%), febre amarela (74%) e gripe (70%).

“A meta do PNI é de atingir 95% da população vacinada, então, ainda tem uma oportunidade enorme para crescer. O resultado, em geral, é positivo, mas temos muitos desafios ainda”, avalia Adriana.

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Segunda ela, as mobilizações poderiam levar cada vez mais em consideração o poder dos profissionais de saúde de levar informações para os pacientes e de conquistar a confiança deles.

“Os médicos têm de entender o papel deles nessa orientação e na questão de educar e desmistificar. É preciso fazer campanhas direcionadas tanto para a conscientização quanto para os profissionais de saúde para que eles tenham uma voz ativa perante a população.”

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