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Primeira vacina contra chikungunya é aprovada no Brasil pela Anvisa

Imunizante desenvolvido em parceria com Instituto Butantan é indicado para pessoas com mais de 18 anos; EUA e Europa já fizeram aprovação

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 abr 2025, 17h38 - Publicado em 14 abr 2025, 13h45

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou para uso no Brasil a primeira vacina contra a chikungunya, doença viral transmitida pelo Aedes aegypti, nesta segunda-feira 14. O imunizante IXCHIQ, fruto de uma parceria entre a farmacêutica austríaca Valneva e o Instituto Butantan, é indicado para pessoas com mais de 18 anos com risco aumentado de exposição ao vírus, mas não pode ser aplicada em mulheres grávidas ou imunodeficientes e imunossuprimidos.

A aprovação do registro considerou testes clínicos que comprovaram que a vacina induz uma produção robusta de anticorpos capazes de neutralizar o vírus da chikungunya em voluntários que receberam uma dose do imunizante.

Os testes ocorreram com 4.000 participantes de 18 a 65 anos nos Estados Unidos e demonstraram que 98,9% produziram anticorpos que se mantiveram em atividade protetora por, ao menos, seis meses. A contraindicação para determinados grupos se dá pelo fato de ser um imunizante atenuado, ou seja, contém o vírus vivo em uma versão enfraquecida, tecnologia empregada em outras vacinas, como a da febre amarela.

A vacina, a primeira autorizada contra a doença, já está liberada nos Estados Unidos e na Europa, por ter sido aprovada pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, e pela agência europeia European Medicines Agency (EMA), respectivamente.

Segundo a Anvisa, a fabricação da vacina será realizada pela empresa IDT Biologika GmbH, na Alemanha, e, no futuro, haverá produção pelo Butantan.

Em nota, o instituto afirmou que sua versão do imunizante está em análise na agência e que o parecer favorável para a IXCHIQ é um passo importante porque “as duas vacinas têm praticamente a mesma composição”.

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Vacina pioneira

De acordo com o Butantan, a vacina contra a chikungunya pode ser considerada um caso inovador no mundo no que diz respeito à aprovação, por ter sido a primeira a receber liberação com base em dados de produção de anticorpos e não nos achados sobre eficácia — a partir da comparação de casos em pessoas vacinadas e não imunizadas.

“Mas como a circulação do vírus da chikungunya não é tão frequente, as agências reguladoras decidiram pela aprovação a partir do percentual de anticorpos neutralizantes”, explicou o instituto.

Mesmo assim, a Anvisa definiu a assinatura de um Termo de Compromisso pelo Butantan que “prevê a realização de estudos de efetividade e segurança da vacina, e de atividades de farmacovigilância ativa para ampliar o conhecimento sobre o perfil de eficácia e segurança da vacina”.

Próximos passos da vacina contra chikungunya

A partir dessa liberação, o Butantan informou que trabalha em uma versão com componentes nacionais para que parte do processo de fabricação seja realizada no país.

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A meta é solicitar análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) para oferta no SUS por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.

“A partir da aprovação pela Conitec, a vacina poderá ser fornecida estrategicamente. No caso da chikungunya, é possível que o plano do Ministério seja vacinar primeiro os residentes de regiões endêmicas, ou seja, que concentram mais casos”, afirmou, em comunicado, Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan.

Saiba mais sobre a chikungunya

A chikungunya é uma doença viral introduzida no Brasil em 2014 que é conhecida por causar inchaço e fortes dores nas articulações, que podem ser incapacitantes. Em episódios graves, pode levar à internação e à morte.

Transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, também tem como vetor o Aedes albopictus e pode desencadear problemas neurológicos, como encefalite, meningoencefalite e síndrome de Guillain-Barré. Os pacientes podem apresentar ainda complicações pulmonares, cardiovasculares, dermatológicas, gastrointestinais e renais.

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Neste ano, até o último dia 10, o Brasil registrou 66.127 casos de chikungunya e 56 mortes. No ano passado, foram 265.545 episódios e 243 óbitos.

Veja os sintomas da chikungunya:

  • Febre;
  • Dores intensas nas articulações;
  • Edema nas articulações (geralmente as mesmas afetadas pela dor intensa);
  • Dor nas costas;
  • Dores musculares;
  • Manchas vermelhas pelo corpo;
  • Prurido (coceira) na pele, que pode ser generalizada, ou localizada apenas nas palmas das mãos e plantas dos pés;
  • Dor de cabeça;
  • Dor atrás dos olhos;
  • Conjuntivite não purulenta;
  • Náuseas e vômitos;
  • Dor de garganta;
  • Calafrios;
  • Diarreia e/ou dor abdominal (manifestações do trato gastrointestinal são mais presentes em crianças).
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