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Presbiopia: por que ainda é impossível escapar da ‘vista cansada’

Novo colírio aprovado nos Estados Unidos mostra avanços no tratamento, mas a perda da acomodação ocular é inevitável com o envelhecimento

Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein
19 set 2025, 10h30

Se você tem mais de 40 anos, provavelmente já percebeu que ler um cardápio no restaurante ou enxergar mensagens no celular exige um pequeno esforço: afastar o braço, buscar mais luz ou até recorrer aos óculos de leitura. Essa dificuldade é causada pela presbiopia, popularmente conhecida como “vista cansada”. Trata-se de um processo natural do envelhecimento, em que o cristalino – a lente natural dos olhos – perde elasticidade, dificultando o foco para perto.

Recentemente, um novo colírio aprovado pela FDA (Food and Drug Administration), agência regulatória dos Estados Unidos, chamou a atenção para a discussão em torno do problema. O medicamento, que age por até 10 horas, é de uso diário e oferece alívio da visão turva. Para funcionar, ele atua modificando temporariamente o diâmetro da pupila e aumenta a profundidade de foco. Dessa forma, é criado um efeito semelhante ao de um pequeno orifício (“pin-hole”), que facilita o foco em objetos próximos e melhora temporariamente a visão de perto sem necessidade de óculos.

“A visão de longe e de perto depende de um mecanismo chamado acomodação, que é a capacidade do cristalino de mudar de forma”, explicou o oftalmologista Mauro Plut, do Einstein Hospital Israelita. “Nas crianças, a acomodação é muito forte, mas, com o passar dos anos, o cristalino vai ficando mais rígido e perdendo essa flexibilidade. É aí que surge a presbiopia”, disse o médico.

Segundo Plut, a presbiopia é um processo natural do envelhecimento ocular e não se trata de uma doença, mas de uma transformação fisiológica inevitável. “A maioria das pessoas, mais cedo ou mais tarde, vai precisar de óculos para perto”, ressalta o médico.

Tem prevenção?

Essa inevitabilidade da presbiopia ajuda a entender por que ainda não existem estratégias eficazes de prevenção do problema, diferentemente de condições como catarata ou glaucoma. No caso da catarata, por exemplo, é possível operar e substituir o cristalino por uma lente artificial. Já no glaucoma, há tratamentos que retardam a progressão.

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Mas, no caso da presbiopia, a rigidez do cristalino está diretamente ligada ao envelhecimento das fibras e proteínas da lente ocular, um processo que, até agora, a medicina não conseguiu reverter.

O colírio aprovado pelo FDA mostra como a ciência vem buscando alternativas que vão além dos óculos convencionais. Mas, Plut ressalta que se trata de um efeito limitado. “Ele não evita a presbiopia, apenas melhora a nitidez da visão. As limitações dependem do grau de refração que a pessoa tem. Para alguns, pode funcionar bem, mas para outros, pode não substituir os óculos.”

Nos consultórios, o que se observa é que, mesmo com avanços tecnológicos, os óculos continuam sendo a forma mais simples, acessível e eficaz de lidar com a presbiopia. Existem as lentes específicas para perto e as multifocais, que permitem enxergar bem em diferentes distâncias. As lentes de contato multifocais também são uma opção, embora exijam adaptação.

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Cuidados essenciais

Cuidar dos olhos ao longo da vida é essencial para preservar a visão de forma geral. Evitar o excesso de exposição às telas, manter os olhos lubrificados, usar óculos escuros para proteger contra a radiação ultravioleta e manter hábitos saudáveis, como uma dieta balanceada e prática regular de exercícios, são medidas que ajudam a reduzir o risco de problemas oculares, como olho seco, degeneração macular e catarata precoce.

Um dos mitos que costuma circular é o de que o uso excessivo de telas poderia acelerar a presbiopia. “O uso intenso de computadores e celulares não piora a presbiopia. O que acontece é que pode agravar a lubrificação dos olhos, causando irritação e ressecamento, o que dá a sensação de dificuldade para enxergar. Mas isso é diferente de alterar o cristalino”, ressalta o oftalmologista.

Consultas regulares com oftalmologistas são fundamentais para ajustar a correção visual e para diagnosticar precocemente outros problemas que podem comprometer a visão de maneira mais grave. Apesar de a presbiopia ser inevitável, a ciência segue investigando substâncias, colírios e técnicas que possam retardar ou mesmo reverter a rigidez do cristalino.

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