Pesquisadores tentam decifrar ‘doença misteriosa’ da Bahia
Até agora, 52 pessoas desenvolveram a doença que causa dores no corpo e urina quase negra. A principal suspeita é o consumo de peixe contaminado
Pesquisadores de quatro laboratórios tentam decifrar o que levou 52 pessoas na Bahia a desenvolver uma ‘doença misteriosa‘ que causa dores no corpo e urina quase negra. “Até o momento, temos apenas hipóteses”, afirmou a superintendente de Vigilância e Proteção à Saúde da Bahia, Ita Cunha, ao jornal Estado de S. Paulo. Até agora, duas mortes foram registradas, mas ainda não há comprovação de que os óbitos estejam relacionados com o problema.
Segundo o infectologista Antônio Bandeira, que acompanhou alguns dos casos em Salvador, é como se o indivíduo “tivesse feito uma maratona em poucos segundos”. “É uma lesão muscular aguda, então a quantidade de mioglobina que está dentro do músculo acaba saindo e vai para a urina. Ela acaba dando essa cor de Coca-Cola. Esse pigmento também tem uma ação nefrotóxica (tóxica para os rins)”, explicou ao portal G1.
A principal suspeita dos médicos é uma reação causada pelo consumo de peixe contaminado. As espécies mais consumidas foram o olho de boi e badejo, segundo relatos dos doentes.
O Laboratório Central da Bahia está com a incumbência de analisar uma eventual infecção bacteriana. No entanto, até agora nenhum caso foi confirmado. Na Fiocruz, a análise é feita para tentar identificar uma eventual infecção viral. Também até o momento sem nenhum resultado conclusivo. O Instituto Adolfo Lutz examina amostras dos peixes. Além disso, o Ministério da Saúde vai encaminhar para o Centro de Controle de Doenças, nos Estados Unidos, amostras de peixes.
Qualquer pessoa que tenha sintomas desse tipo deve procurar um médico. O tratamento, até o momento, é feito apensas com hidratação e analgésico. A indicação, segundo o G1, é não tomar anti-inflamatório, pois há risco de piora da situação dos rins.
(Com Estadão Conteúdo)