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Pela primeira vez, obesidade supera a desnutrição globalmente entre crianças e adolescentes

Segundo UNICEF, 1 em cada 10 crianças em idade escolar vive com obesidade; consumo de ultraprocessados é apontado como um dos principais responsáveis

Por Victória Ribeiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 set 2025, 19h00

Pela primeira vez, a obesidade infantil superou a desnutrição globalmente, afetando 1 em cada 10 crianças e adolescentes em idade escolar, segundo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) divulgado na última terça-feira, 10.

O estudo “Alimentando o Lucro: Como os Ambientes Alimentares estão Falhando com as Crianças” revela que a prevalência de desnutrição entre crianças de 5 a 19 anos caiu de quase 13% em 2000 para 9,2% em 2025. Paralelamente, a obesidade passou de 3% para 9,4% no mesmo período, ultrapassando a desnutrição em todas as regiões do mundo, com exceção da África Subsaariana e do Sul da Ásia. Atualmente, 1 em cada 5 crianças e adolescentes – cerca de 391 milhões – está com sobrepeso, enquanto cerca de 188 milhões vive com obesidade.

O relatório destaca países das Ilhas do Pacífico como os que apresentam maiores taxas: 38% dos jovens em Niue, 37% nas Ilhas Cook e 33% em Nauru. De acordo com o UNICEF, o fenômeno está ligado principalmente à substituição da alimentação tradicional por produtos importados, ultraprocessados e ricos em calorias, geralmente vendidos como opções mais baratas. Entre os países de alta renda, o Chile apresenta 27% de obesidade infantil, e os Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos registram 21%.

“Quando falamos de má nutrição, não estamos mais falando apenas de crianças com baixo peso”, disse Catherine Russell, diretora-executiva do UNICEF. “A obesidade é uma preocupação crescente que pode impactar a saúde e o desenvolvimento das crianças. Os alimentos ultraprocessados estão substituindo cada vez mais frutas, vegetais e proteínas, justamente quando a nutrição desempenha um papel crítico no crescimento, desenvolvimento cognitivo e saúde mental.”

No Brasil, a obesidade – doença crônica que aumenta o risco de diabetes, doenças cardiovasculares e outras doenças graves ao longo da vida -, superou a desnutrição como o tipo de má nutrição mais comum ainda nos anos 2000. Naquele ano, 5% das crianças e adolescentes brasileiros de 5 a 19 anos tinham obesidade. O número triplicou até 2022, alcançando 15%. Já a desnutrição aguda caiu de 4% para 3% no mesmo período.

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Impostos e subsídios

O relatório do UNICEF associa o crescimento da obesidade à ampla disponibilidade de alimentos ultraprocessados e à influência do marketing digital voltado ao público jovem. Uma pesquisa global da plataforma U-Report, envolvendo 64 mil jovens de 13 a 24 anos em 170 países, mostrou que 75% dos entrevistados viram anúncios de refrigerantes, lanches ou fast foods na semana anterior, e 60% disseram que isso aumentou o desejo de consumir esses produtos. Mesmo em regiões afetadas por conflitos, 68% relataram exposição a essas propagandas.

“O impacto econômico do sobrepeso e da obesidade é enorme. Apenas no Peru, os custos relacionados a problemas de saúde infantil ligados à obesidade ultrapassam US$ 210 bilhões. Globalmente, até 2035, o efeito econômico pode chegar a mais de US$ 4 trilhões por ano”, afirmou o UNICEF.

Alguns países têm adotado medidas para conter a crise. No México, a venda de bebidas açucaradas e alimentos ultraprocessados foi proibida em escolas públicas, beneficiando mais de 34 milhões de crianças. No Brasil, iniciativas incluem restrições à compra de ultraprocessados no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), limites à propaganda de alimentos não saudáveis, implementação de rotulagem frontal e proibição de gorduras trans em alimentos industrializados.

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O UNICEF, porém, defende políticas públicas mais abrangentes, como restrições à publicidade, impostos e subsídios sobre alimentos, programas de educação nutricional, proibição da venda de ultraprocessados em escolas e proteção contra a interferência da indústria alimentícia. “Alimentos saudáveis e acessíveis devem estar disponíveis para todas as crianças”, reforça Catherine Russell. “É urgente apoiar famílias e cuidadores para que tenham condições de oferecer nutrição adequada a seus filhos.”

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