A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou hoje, terça-feira,11, para a nova onda de Covid-19 na Europa. Segundo a entidade, o fato de o continente ter voltado a ser o epicentro da doença deve servir como um aviso para o resto do mundo. “Basta olhar para a curva epidemiológica da montanha-russa para saber que, quando se desce a montanha, geralmente se está prestes a subir outra”, disse Mike Ryan, diretor executivo do Programa de Emergências de Saúde do órgão. Segundo ele, é importante refletir sobre o exemplo da Europa, que representou mais da metade dos casos globais na semana passada. “Mas essa tendência pode mudar”, completou.
No começo de novembro, o mundo ultrapassou 5 milhões de mortes desde o início da pandemia em março de 2020: “um novo limiar doloroso”, declarou António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O que ocorre é que mesmo com a vacinação avançando pelo mundo, a circulação do vírus continua. E locais como países europeus que não tiveram boa adesão à vacina enfrentam novos surtos que tendem a se disseminar.
A preocupação agora é com a proximidade do inverno, estação favorável à propagação de vírus respiratórios, incluindo o SARS-CoV-2. Por isso, o aumento da vigilância está na pauta dos governos europeus, que já se preparam para retomar as medidas sanitárias restritivas contra o coronavírus.
Na França, o presidente Emmanuel Macron ordenou a aplicação da dose de reforço da vacina aos franceses. Desde o mês passado, o país registra um crescimento das infecções, com taxa de incidência de 62 casos por 100 mil habitantes, ou seja, acima do limite de alerta. Na sexta-feira 5, o parlamento francês aprovou a prorrogação do passaporte sanitário até 31 de julho.
Na Alemanha, os esforços são para conter a transmissão, principalmente da variante delta, altamente contagiosa. De acordo com o ministro da Saúde alemão Jens Spahn, todos os cidadãos no país poderão tomar a terceira dose do imunizante contra a Covid-1 seis meses após a aplicação da segunda dose. Na segunda-feira 8, o índice de infecção diária na Alemanha subiu para 201,1 casos por 100 mil pessoas, o maior desde o começo da pandemia.
Países do leste europeu como a Romênia e a Bulgária enfrentam situações mais complicadas. Com uma cobertura vacinal muito baixa, apenas 40% e 27% da população adulta, respectivamente, vêem seus números crescerem exponencialmente. Novos casos também bateram recordes na Rússia, Ucrânia e Grécia.
O Reino Unido, mesmo com aumento das mortes em 8,2%, não pensa em impor lockdown no inverno e tampouco restituir as medidas sanitárias de contenção como o uso de máscara e os passes de vacina. Mas divulgam a importância da dose de reforço da vacina.