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Obesidade: medicamento causa redução de 15% do peso

É a primeira vez que um remédio se mostra tão eficaz contra a doença

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 fev 2021, 11h47 - Publicado em 11 fev 2021, 19h25

Um novo medicamento conseguiu reduzir em 15% o peso de pessoas com obesidade e evitar muitas de suas piores consequências, incluindo o diabetes, de acordo com um estudo publicado na quarta-feira, 10, no periódico científico New England Journal of Medicine. É a primeira vez que um remédio se mostra tão eficaz contra a obesidade.

“Esta é de longe a intervenção mais eficaz que vimos para controle de peso quando você a compara a muitos dos medicamentos existentes atualmente”, disse Robert Kushner, professor da Universidade Northwestern e um dos autores do estudo.

A semaglutida, fabricada pela Novo Nordisk, já é usada no tratamento do diabetes tipo 2. Agora, pesquisadores da Universidade Northwestern, em Chicago, nos Estados Unidos, avaliaram a eficácia de uma dose alta do medicamento no combate a obesidade. Cerca de 2.000 pessoas participaram do estudo clínico, realizado em 129 centros em 16 países.

Os participantes foram divididos em dois grupos: um que tomou uma injeção semanal de semaglutida e outro, um placebo, durante 68 semanas. Todos receberam acompanhamento nutricional a cada quatro semanas e incentivos como peso livre para a realização de atividade física e balança para pesar os alimentos, de forma a ajuda-los a aderir à dieta e realizar atividade física.

Os resultados mostraram que aqueles que tomaram o composto perderam, em média, 15% do peso corporal, em comparação com 2,4% entre os que receberam o placebo. Além disso, mais de um terço dos participantes que receberam a droga perderam mais de 20% do peso, o que é uma redução vista de um a três anos após a cirurgia bariátrica.

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“É a primeira vez que temos um medicamento que começa a se aproximar da perda de peso que as pessoas alcançam com a cirurgia bariátrica”, disse Kushner. Segundo ele, a cirurgia ainda é mais eficaz do que este medicamento, mas traz riscos adicionais.

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Aproximadamente 70% dos participantes do estudo alcançaram uma perda de peso de pelo menos 10% de seu peso corporal inicial, o que é clinicamente relevante. A perda de 10% a 15% do peso é recomendada em pessoas com muitas complicações de sobrepeso e obesidade.

Quando comparada com outras drogas para controle de peso atualmente no mercado, que comprovadamente ajudam os indivíduos a perder entre 6% a 11% do peso corporal, a semaglutida é cerca de 1,5 a duas vezes mais eficaz.

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Em números absolutos, os voluntários do grupo semaglutida perderam 15,3 kg em comparação com apenas 2,6 kg no grupo de placebo. Ainda houve melhora nos fatores de risco cardiometabólicos, incluindo sintomas de diabetes e pré-diabetes em muitos pacientes que receberam o tratamento.

Após a intervenção, os participantes que receberam o medicamento relataram melhora do funcionamento físico, como andar mais rápido e subir escadas com menos dor. Os principais efeitos colaterais apresentados foram náusea leve a moderada e diarreia. Eles eram tipicamente transitórios.

A expectativa é que se o medicamento for aprovado, ele seja indicado para uso de longo prazo, de forma a evitar que os pacientes engordem novamente. “É mais uma oportunidade de tratamento para a obesidade”, diz Cesar Boguszewski, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem). Entretanto, ainda faltam estudos sobre os efeitos da droga quando usada por muito tempo, em doses altas.

A semaglutida é uma versão sintética de um hormônio natural que atua suprimindo os centros de apetite no cérebro para reduzir a fome e a ingestão de calorias e pode ser uma revolução na vida de quem luta contra a obesidade.

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