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O tratamento para dor nas costas que alcançou 84% de sucesso

Baseado em 58 estudos com mais de 10 mil pacientes, estudo encontrou técnica que combina duas formas de cuidado para trazer alívio para os pacientes

Por Diego Alejandro
Atualizado em 21 out 2022, 15h57 - Publicado em 21 out 2022, 15h55

Falta de exercício, má postura, esforço excessivo, estresse constante no trabalho ou em casa. Um ou mais desses motivos podem causar dor nas costas, condição que afeta 36% dos brasileiros de forma crônica, de acordo com dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). No mundo a situação também impacta uma fatia enorme da população: segundo a Organização da Saúde (OMS), 80% da população global já teve ou terá dor na coluna

Terapias esportivas e atividades físicas sob instrução podem trazer alívio, já tratamentos comuns incluem fisioterapia, bem como exercícios de força e estabilidade. Mas como a terapia pode ser tão bem sucedida quanto possível? Qual abordagem alivia a dor de forma mais eficaz? Uma meta-análise da Goethe University Frankfurt, na Alemanha, publicada recentemente no Journal of Pain, pode ajudar a responder.

O ponto de partida foram os dados de 58 ensaios clínicos de mais de 10 mil pacientes em todo o mundo com dor lombar crônica. Ao avaliar esses dados, os pesquisadores examinaram se e em que medida as formas padrão de tratamento e o tratamento individualizado diferem em termos de resultado. “Individualizado” significa que existe algum tipo de coaching pessoal, onde os terapeutas visam especificamente às potencialidades e necessidades de cada paciente e decidem em conjunto com eles como deve ser a sua terapia.

O estudo concluiu que o tratamento individualizado para dor nas costas crônica levou a um efeito significativamente maior em comparação com as terapias de exercício padrão. A taxa de sucesso no alívio da dor foi 38% maior do que com o tratamento padrão. “O maior esforço necessário para o tratamento individual vale a pena porque os pacientes se beneficiam de uma forma clinicamente importante”, disse o autor Johannes Fleckenstein, do Instituto de Ciências do Esporte da Goethe University Frankfurt.

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No entanto, o estudo foi ainda mais longe. A equipe de pesquisa em Frankfurt comparou um terceiro grupo de métodos de tratamento com os padrões e os individualizados. Nesse grupo, sessões de treinamento individualizado foram combinadas com terapia cognitivo-comportamental (TCC). Este procedimento baseia-se na suposição de que pensamentos e comportamentos negativos em torno da dor tendem a exacerbar-la. Por meio da TCC, os pacientes com dor aprendem a mudar a maneira como lidam com isso. Eles param de ter medo de se mover ou aprendem táticas para lidar com a dor. 

Quando uma abordagem individualizada e a TCC foram combinadas, a taxa de sucesso em termos de alívio da dor foi 84% maior do que com o tratamento padrão. A terapia combinada, também chamada de terapia multimodal, levou, de longe, ao melhor resultado.

Fleckenstein vê no estudo “um apelo urgente à política de saúde pública” para promover terapias combinadas tanto em termos de atendimento ao paciente quanto de remuneração. Para ele, é importante melhorar as condições econômicas. Afinal, a terapia da dor economiza muito dinheiro a longo prazo no que diz respeito à economia da saúde, enquanto os comprimidos e as operações raramente levam ao alívio da dor a médio e longo prazo.

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