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O sistema que pode indicar o remédio salvador na próxima pandemia

Um banco de dados com substâncias antivirais ativas existentes pode impulsionar o desenvolvimento de novos tratamentos para futuros surtos

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 11 ago 2022, 15h24

Após dois anos de severas restrições, todos estão ansiosos para que a pandemia da Covid-19 finalmente acabe. É tentador pensar que o coronavírus virou história, mas é fato que outros vírus ainda surgirão. A questão é: o que faremos na próxima vez que tivermos um grande surto?

Uma equipe de pesquisa da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU) vem trabalhando duro nos últimos seis meses para descobrir a resposta para essa pergunta. “Durante o surto de coronavírus, muitas pessoas pensaram que o remédio contra a malária, por exemplo, poderia funcionar”, disse Denis Kainov, professor de medicina da NTNU. “Demorou para provar que não era eficaz e, por causa disso, muitos pacientes morreram. Nosso estudo é para trazer uma solução que pode determinar imediatamente qual medicamento funcionará ou não”, completa.

Para tanto, os pesquisadores analisaram mais de 11.000 ingredientes ativos – usados atualmente contra várias doenças como o câncer e o HIV –  para encontrar a mistura medicinal que tem o maior potencial de funcionamento, incorporando informações em um sistema digital aberto e criando um algoritmo que pode escolher os melhores. “A solução pode economizar milhões de euros, mais vidas e nos ajudar a evitar paralisações sociais”, afirma o pesquisador. Mas alerta: “Não temos remédios para 200 doenças virais que podem se espalhar em humanos”.

Em outras palavras, ainda não existe nenhum medicamento que possa impedir que os vírus se multipliquem quando começam a se espalhar. O método mais eficaz ainda é o desenvolvimento de vacinas, mas para um vírus que ainda não se espalhou em humanos não é possível, pois estão em constante mutação. Tal como acontece com a Covid-19, futuros surtos terão muito tempo para se espalhar antes que uma vacina esteja prontamente disponível.

É aí que os pesquisadores da NTNU entram com sua abordagem de reutilização e um algoritmo totalmente novo para o desenvolvimento de medicamentos antivirais, que impedem que os vírus se multipliquem. “Estes remédios atacam o próprio vírus e podem derrubá-lo desde o início”, diz Kainov.

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O problema é que o desenvolvimento de um novo fármaco antiviral leva cerca de 13 a 15 anos e custa impressionantes 20 milhões de euros. Portanto, poucas opções desse tipo existem. Atualmente, os antivirais representam apenas 4,4% dos 4.051 medicamentos aprovados pelos órgãos internacionais de vigilância sanitária.

Os pesquisadores da NTNU, no entanto, investigam todos os possíveis ingredientes ativos existentes contra vírus, incluindo moléculas que passaram por algumas fases e eventualmente podem ter valor medicinal.

As descobertas estarão no sistema digital Drugvirus.info., que dará às farmacêuticas e outros pesquisadores uma vantagem no desenvolvimento de novos tratamentos, e com custos dez vezes menores. O sistema da NTNU também economizará enormes somas para as empresas e salvará mais vidas. “O sistema verifica quais ingredientes ativos já existem que podem ser reutilizados e redesenhados para que possamos retardar novos surtos na fase crítica, antes que uma nova vacina seja desenvolvida”, finaliza o pesquisador. Que assim seja!

 

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