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O remédio para o coração com potencial para reduzir consumo de álcool

Em humanos, diminuição foi relatada principalmente entre aqueles que faziam uso do álcool de forma arriscada ou excessiva antes de iniciar o tratamento

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 11h59 - Publicado em 26 set 2022, 12h37

O consumo abusivo de álcool causa danos para a saúde e desencadeia problemas emocionais, familiares e profissionais para pessoas ao redor do mundo sem escolher cor ou classe social. O alcoolismo é sorrateiro e devastador. Em busca de mais opções de tratamento para amenizar este sofrimento, uma força-tarefa de cientistas começou a se aprofundar sobre um medicamento para o coração e para pressão alta e descobriu que a droga espironolactona tem potencial como um tratamento para o transtorno por uso de álcool. O achado foi publicado no periódico científico Molecular Psychiatry.

Atualmente, nos Estados Unidos, há três opções medicamentosas liberadas para o uso de quem luta contra o alcoolismo. Diante deste cenário, pesquisadores do Instituto Nacional de Abuso de Drogas, do Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo e das escolas de medicina das universidades Yale, New Haven e Connecticut testaram o medicamento em cobaias e em um grupo de voluntários. Os resultados sugeriram que o remédio pode reduzir o consumo de bebidas alcoólicas.

“Essas descobertas apoiam um estudo mais aprofundado da espironolactona como um tratamento potencial para o transtorno do uso de álcool, uma condição médica que afeta milhões de pessoas nos Estados Unidos ”, disse, em comunicado, Lorenzo Leggio, um dos autores do estudo.

A pesquisa partiu do conhecimento de que receptores presentes no cérebro chamados mineralocorticóides desempenham um papel importante na regulação do consumo e do desejo por bebidas contendo álcool. Uma das funções da espironolactona é bloquear esses receptores. Em ratos e camundongos, os pesquisadores descobriram que doses crescentes do medicamento faziam com que o consumo de álcool diminuísse. O tratamento não causou efeitos adversos como problemas de coordenação nem interferiu na alimentação das cobaias.

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Em humanos, os ensaios foram realizados com pacientes com problemas cardíacos e a percepção sobre a redução do consumo de bebidas alcoólicas foi relatada pelos participantes, principalmente entre aqueles que faziam uso do álcool de forma arriscada ou excessiva antes de iniciar o tratamento.

“Assim como para qualquer outra condição médica, as pessoas com transtornos por uso de substâncias merecem ter uma variedade de opções de tratamento disponíveis, e este estudo é um passo empolgante em nosso esforço para expandir os medicamentos para pessoas com transtorno por uso de álcool”, afirmou Nora Volkow, diretora do Instituto Nacional de Abuso de Drogas. “Além disso, devemos abordar o estigma e outras barreiras que impedem que muitas pessoas com transtorno por uso de álcool acessem os tratamentos que já temos disponíveis”, completou.

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