Saúde

O que uma visita virtual ao museu faz pela saúde dos idosos

Estudo pioneiro analisou benefícios de passeios semanais online para pessoas com mais de 65 anos para bem-estar e isolamento

Por Paula Felix SEGUIR SEGUINDO 17 ago 2022, 17h25

MINIMALISTA - Ambiente interno: onze salas permanentes e temporárias - — Passeios online em museus podem melhorar a qualidade de vida de pessoas com mais de 65 anos (Einar Aslaksen/MUNCH/.)

O isolamento dos idosos é um problema acompanhado por familiares e especialistas em saúde por ser um fator que leva a complicações na saúde, como aparecimento de demências, doenças cardiovasculares e até morte precoce, e que se agravou com a pandemia de Covid-19. Um estudo pioneiro publicado na revista Frontiers in Medicine apresentou uma solução eficaz e criativa para aumentar a qualidade de vida, o bem-estar e ajudar a população na terceira idade a superar a solidão: visitas virtuais a museus.

Na pesquisa, cientistas da Universidade de Montreal, no Canadá, analisaram 106 pessoas com mais de 65 anos que foram divididas em dois grupos. A metade participou de visitas guiadas virtuais ,com duração de 45 minutos, no Museu de Belas Artes de Montreal (MMFA) uma vez por semana por três meses. Eles também foram submetidos a uma sabatina de perguntas por 15 minutos com um guia do museu. Os demais não realizaram nenhuma atividade cultural no período.

Aqueles que fizeram os passeios online apresentaram melhora significativa nos índices de bem-estar e qualidade de vida em relação ao grupo controle. Segundo Olivier Beauchet, autor principal do estudo, a avaliação de fragilidade, que observa a vulnerabilidade dos indivíduos a eventos adversos de saúde, foi o ponto mais beneficiado pela atividade.

“Em escala global, essa atividade participativa baseada em arte pode se tornar um modelo que pode ser oferecido em museus e instituições de arte em todo o mundo para promover o envelhecimento ativo e saudável”, afirmou, em comunicado, Beauchet.

Iniciativas de promoção da saúde por meio da cultura são defendidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para gerenciar doenças crônicas e faz parte do Programa de Envelhecimento e Saúde, lançado em 2015.

“Os museus estão cientes das necessidades de suas comunidades e, consequentemente, estão expandindo os tipos de atividades que oferecem”, disse o autor do estudo.