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O que aprendemos com o novo mapa da vacinação no Brasil

Anuário da plataforma VacinaBR mostra desafios na imunização e endossa importância da transparência de dados. Pesquisadores comentam seus insights

Por Natalia Pasternak e Paulo Almeida*
Atualizado em 17 jun 2025, 08h39 - Publicado em 17 jun 2025, 00h01

Quando criamos a plataforma VacinaBR do Instituto Questão de Ciência (IQC), queríamos disponibilizar dados sobre vacinação, apresentados com uma interface simples e versátil capaz de criar mapas gráficos e tabelas para qualquer gestor, jornalista, profissional de saúde ou acadêmico.

O Ministério da Saúde disponibilizou nas últimas décadas bancos de dados detalhados sobre imunização, mas não de forma amigável e interativa. Ainda que fosse possível obter dados de cobertura vacinal para as doses mais relevantes dos calendários da criança e adolescente, este processo era difícil para pessoas que não tivessem familiaridade com o Tabnet – o então sistema de registro oficial – e as opções de visualização eram extremamente limitadas.

Mesmo com esforços recentes por parte do governo na melhoria de seus sistemas de informação e disponibilização de dados, ainda não é possível gerar uma serie histórica dos dados de vacinação para além dos últimos três anos.

O VacinaBR traz informações de 2000 a 2023 calculadas pelo IQC a partir de bases demográficas e de doses aplicadas, acompanhadas de uma interface e documentos de apoio que permitem que mesmo pessoas sem familiaridade com estes dados acessem informações relevantes sobre imunização no país.

Para apresentar essas informações de forma consolidada e incluir análises para além dos dados brutos, nasceu o Anuário VacinaBR, feito com apoio da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) e do Unicef Brasil.

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No documento que acabamos de publicar, o leitor encontra as informações mais relevantes sobre as principais vacinas do calendário infantil e HPV, com uma análise estatística e interpretativa dos dados presentes na plataforma, incluindo cobertura e abandono vacinais divididos por estado e município, além de análises e opiniões de especialistas da área.

+ Leia também: Anuário revela que maioria das cidades não atinge metas vacinais 

Uma série histórica normalizada e consistente permite avaliações e potenciais diagnósticos que seriam difíceis de obter a partir de dados desagregados.

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É possível, por exemplo, identificar onde os problemas de baixa cobertura são crônicos, o que pode indicar dificuldades de acesso e logística; e onde os problemas são recentes, o que pode ser sinal de problemas de comunicação ou motivação para se vacinar. Os insights oferecidos pelo anuário e a plataforma VacinaBr permitem tomada de decisão mais direcionada a contextos específicos, havendo especial utilidade para regiões que mais carentes.

A atuação do IQC enquanto sociedade civil é relevante nesse projeto para que seja possível não apenas contribuir para a informação disponível sobre imunização no país como para sermos fontes adicionais de dados oficiais, que ganham força com instâncias de redundância e análise.

A proposta de novos caminhos de visualização, tratamento e visualização dos dados também oferece caminhos para que instâncias oficiais reforcem os mecanismos de disponibilização de dados de forma mais transparente e de fácil acesso e interpretação.

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O dado que é disponível, mas de pouco utilidade prática ou de difícil acesso, é comumente chamado de dado opaco. O VacinaBr é uma ferramenta que traz mais clareza e transparência a essa área de profunda importância para a saúde pública nacional.

* Natalia Pasternak é presidente do Instituto Questão de Ciência e professora da Universidade de Columbia (EUA); Paulo Almeida é diretor-executivo do Instituto Questão de Ciência e coordenador da Plataforma VacinaBR

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