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O novo remédio que marca as células tumorais para morrer

Pesquisadores desenvolvem uma droga que marca mutações cancerosas para serem destruídas pelo sistema imunológico

Por Diego Alejandro
14 set 2022, 16h16

As células tumorais são notoriamente boas em escapar do sistema imunológico humano. Elas erguem paredes físicas, usam disfarces e truques moleculares para enganá-lo. Agora, pesquisadores da UC San Francisco, nos Estados Undios, desenvolveram uma droga que supera algumas dessas barreiras, marcando as células cancerosas para serem destruídas pelo sistema imunológico.

A nova terapia, descrita no jornal acadêmico Cell Cancer, puxa uma versão mutante da proteína KRAS para a superfície das células cancerígenas, onde o complexo droga-KRAS atua como um sinalizador “coma-me”. Então, uma imunoterapia pode persuadir o sistema imunológico a eliminar efetivamente todas as células que carregam essa bandeira.

“O sistema imunológico já tem o potencial de reconhecer o KRAS mutante, mas geralmente não consegue encontrá-lo muito bem. Quando colocamos esse marcador na proteína, fica muito mais fácil”, disse Kevan Shokat, químico da UCSF e investigador do Howard Hughes Medical Institute, que ajudou a liderar o novo trabalho.

As mutações KRAS são encontradas em cerca de um quarto de todos os tumores, tornando-as uma das mutações genéticas mais comuns no câncer. O KRAS mutado também é o alvo do sotorasibe, medicamento anticancerígeno que a Food and Drug Administration (FDA) deu aprovação preliminar para uso no pulmão. As duas abordagens podem eventualmente funcionar bem em combinação.

“É emocionante ter uma nova estratégia que alavanca o sistema imunológico que podemos combinar com medicamentos KRAS direcionados”, disse Charles Craik, professor de química farmacêutica na UCSF e principal autor do estudo. “Suspeitamos que isso possa levar a respostas mais profundas e mais longas para pacientes com câncer”.

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Uma imunoterapia promissora

Com a mudança do KRAS mutante de dentro para fora das células, a equipe da UCSF conseguiu rastrear uma biblioteca de bilhões de anticorpos humanos para identificar aqueles que agora podiam reconhecer esse sinalizador de KRAS. Os pesquisadores mostraram com estudos em proteínas isoladas e células humanas que o anticorpo mais promissor que eles identificaram poderia se ligar firmemente à droga ARS1620, um medicamento direcionado ao KRAS semelhante ao sotorasibe, bem como ao complexo ARS1620-KRAS.

O grupo projetou então uma imunoterapia em torno desse anticorpo, persuadindo as células T do sistema imunológico a reconhecer o sinalizador KRAS e as células-alvo para destruição. Eles descobriram que a nova imunoterapia poderia matar células tumorais que tinham o KRAS mutado e foram tratadas com ARS1620, incluindo aquelas que já haviam desenvolvido resistência ao medicamento. “O que mostramos aqui é uma prova de princípio de que uma célula resistente às drogas atuais pode ser morta por nossa estratégia”, diz Shokat.

Os pesquisadores dizem que a nova abordagem pode abrir caminho não apenas para tratamentos combinados em cânceres com mutações KRAS, mas também para outros pares semelhantes de medicamentos direcionados com imunoterapias. “Esta é uma tecnologia de plataforma”, diz Craik. “Gostaríamos de ir atrás de outros alvos que também possam mover moléculas para a superfície da célula e torná-las passíveis de imunoterapia”.

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