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O grave impacto que o videogame pode ter no seu cérebro

Apesar de estimular a atenção visual e a memória de curto prazo, os 'jogos de tiro' podem causar danos na região do hipocampo

Por Da Redação
8 ago 2017, 20h03

Um novo estudo da Universidade de Montreal, no Canadá, sugere jogos de videogame com violência extrema estão associados a danos na região do hipocampo, principal área do cérebro responsável pela memória. O problema pode estar relacionado, por exemplo, a um maior risco de desenvolver Alzheimer e depressão. Estudos anteriores já sugeriram que alguns jogos podem combater o declínio cognitivo, mas desta vez a pesquisa indica que os jogos de tiro podem ter o efeito contrário.

Para o estudo, os cientistas canadenses reuniram cerca de 100 pessoas para jogar uma série de jogos do gênero, populares entre os jovens, como Call of DutyAo todo, eles jogaram 90 horas. Os voluntários também tiveram que praticar outros jogos não-violentos, como Super Mario Bros, pelo mesmo tempo.

Ao final do estudo, depois de passar por uma série de exames cerebrais, aqueles que se dedicaram aos jogos violentos tiveram uma redução de massa cinzenta no cérebro, na região do hipocampo. O efeito foi oposto nos que se expuseram aos games mais leves.

Memória no automático

Segundo a equipe de pesquisa, os jogos de tiro, apesar de beneficiarem sistemas cognitivos relacionados à atenção visual e à memória de curta duração, tendem a limitar o exercício do hipocampo – que nos ajuda a navegar e a se lembrar de experiências passadas. Enquanto isso, os jogos de plataforma, como Super Mario Bros, nos quais os jogadores orientam-se através de pontos de referências, por exemplo, fazem o contrário, encorajando uma resposta mais instintiva da memória espacial.

Para os especialistas, isso tem uma explicação. Geralmente, os jogos de ação mostram uma espécie de GPS na tela, que permite que o jogador acompanhe sua localização ou o local da próxima missão. Nesses jogos, a área do cérebro estimulada é o núcleo caudado, responsável pela formação de hábitos e memória processual, de curto prazo, inibindo o uso do hipocampo. Ou seja, durante esses jogos, o corpo age no automático, sem trabalhar a memória de fato. Segundo os pesquisadores, quanto mais essa região do cérebro é utilizada, menos a memória espacial é necessária, fazendo com que o hipocampo sofra a perda celular.

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Os especialistas alertam, contudo, que mais estudos são necessários para garantir o real impacto desse tipo de jogo no cérebro dos jovens. A pesquisa foi publicada no periódico científico Molecular Psychiatry.

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