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O chip hormonal de Bolsonaro: melhora da vida sexual ou risco à saúde?

Ex-presidente declarou em entrevista ter adotado método contraindicado por sociedades médicas; especialistas comentam

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 26 fev 2025, 14h36 - Publicado em 26 fev 2025, 13h07

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de 69 anos, afirmou que faz uso de um chip hormonal para melhorar seu desempenho sexual. A declaração foi dada em entrevista concedida ao jornalista Léo Dias, em seu canal no Youtube, nesta terça-feira, 25.

Ao ouvir do ex-presidente que sua vida sexual estava ótima, Dias perguntou se ele fazia uso de tadalafila, remédio usado contra a disfunção erétil. “Tadalafila já era, agora é chip”, respondeu Bolsonaro, que afirmou também estar muito satisfeito com o implante hormonal.

O “chip hormonal” é o nome popular para os implantes manipulados, que estiveram recentemente no centro de várias polêmicas. Eles chegaram a ser proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em outubro do ano passado, decisão já revertida para uma venda mais controlada.

Não há estudos de eficácia e segurança sobre esses produtos, que têm composições distintas, por vezes desconhecidas pelos próprios pacientes. Para os homens, em geral, os chips carregam hormônios sintéticos ou idênticos à testosterona, e podem ainda conter suplementos alimentares e outros tipos de medicamentos.

Apesar de não ser possível saber a composição do chip hormonal de Bolsonaro, a própria declaração preocupa entidades de saúde. No ano passado, 34 sociedades médicas se posicionaram publicamente contra o uso de implantes hormonais manipulados.

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“Ele é uma pessoa pública, que pode influenciar outros homens nessa faixa etária que buscam manter sua potência sexual, mas poderão apresentar efeitos adversos significativos com essa estratégia”, diz o endocrinologista Clayton Macedo, diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

“É um comércio: esse tipo de chip é vendido a preços altos nos consultórios médicos de luxo, sem o acompanhamento devido ou estudos amparando a prescrição, o que implica em diversas questões éticas e legais”, afirma o especialista.

O urologista Fernando Facio Jr., chefe do Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) corrobora e vai além: “Não só o chip não é aprovado como reposição hormonal no Brasil como o uso de testosterona por si só não garante a manutenção da ereção.”

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Uso de testosterona por homens mais velhos

A testosterona é de fato utilizada pelos médicos para melhorar o desempenho sexual, mas a indicação só existe quando há uma deficiência comprovada do hormônio, quadro chamado de hipogonadismo. Segundo os estudos mais robustos, estima-se que menos de 10% dos homens acima dos 60 anos tenham o problema.

O uso indiscriminado de testosterona, por outro lado, pode elevar em até três vezes o risco de morte, além de abrir caminho para infartos, arritmias, tromboses, hepatites medicamentosas, entre outras complicações.

“Além dos efeitos cardiovasculares, ainda há os efeitos neuropsiquiátricos, como o aumento de agressividade, ansiedade, depressão e dependência, pois o corpo deixa de fabricar a própria testosterona”, alerta Macedo.

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“A falácia de que um chip resolve tudo precisa ser desmistificada”, ressalta Facio Jr.

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