Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

O avanço da terapia gênica contra a hemofilia A pelo mundo

Primeiro caso foi tratado na Europa e, nos Estados Unidos, a terapia já é liberada; no Brasil, tratamento está sob análise da Anvisa

Por Diego Alejandro
27 set 2023, 16h26

Dois meses após a aprovação pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora americana, da primeira terapia gênica para adultos com hemofilia A grave, tratamento que faz a substituição de genes com problemas, o Roctavian (valoctocogeno roxaparvoveque) recebeu liberação para seu primeiro uso na Europa e foi utilizado em um paciente que vive com a doença na Alemanha. A terapia deve ser expandida para França e Itália. No Brasil, ainda é aguardada, mas está em análise na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No tratamento, é feito um procedimento que usa genes humanos sadios para substituir genes defeituosos. O Roctavian, que é administrado como uma infusão única, fornece um gene funcional projetado para permitir que o corpo produza o fator VIII, escasso nesses pacientes, por conta própria e sem a necessidade de profilaxia contínua da hemofilia, aliviando os pacientes da carga de tratamento.

“Hoje representa um marco importante para a comunidade da hemofilia e para pacientes e médicos em todo o mundo que buscam acesso ao Roctavian”, disse Jeff Ajer, vice-presidente executivo e diretor comercial da BioMarin Pharmaceutical, em um comunicado à imprensa.

Os centros de tratamento de hemofilia na Alemanha estão realizando testes para determinar a elegibilidade do tratamento, disse a empresa, acrescentando que as negociações finais de preços federais no país estão em curso.

A terapia recebeu autorização condicional de comercialização pela Comissão Europeia em agosto de 2022 para tratar pacientes adultos sem histórico de inibidores do fator VIII e sem anticorpos detectáveis para o sorotipo 5 do vírus adeno-associado.

Continua após a publicidade

Além da Alemanha, os pedidos da empresa visando a aprovações de preços e reembolsos e outras atividades de preparação para o lançamento do Roctavian continuam a progredir na França e na Itália.

Hemofilia A

As pessoas que vivem com hemofilia A não possuem proteína do fator VIII funcional suficiente para ajudar na coagulação do sangue, colocando-as em risco de sangramentos dolorosos e potencialmente fatais.

Os pacientes com a forma mais grave da doença, que representam cerca de 50% da população com hemofilia A, são atualmente tratados com infusões intravenosas de fator VIII duas a três vezes por semana ou com um anticorpo monoclonal biespecífico uma a quatro vezes por mês.

Continua após a publicidade

Apesar desses regimes profiláticos, muitos pacientes continuam a apresentar sangramentos disruptivos, resultando em danos articulares progressivos e debilitantes.

E o Brasil?

Roctavian está atualmente sob análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O processo tem como base dados e a análise positiva de risco-benefício produzidos no estudo GENEr8-1, o maior do mundo para uso desta terapia gênica para hemofilia A, que teve seus dados apresentados no congresso de 2023 da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH), mostrando que os participantes tiveram uma redução de 82,9% nos sangramentos tratados em geral em comparação com a linha de base. 

O Brasil foi responsável pela inclusão do maior número de pacientes neste estudo clínico. A principal pesquisadora deste estudo mundial e responsável pelos estudos clínicos no país é a Margareth Ozelo, hematologista, docente e diretora da Divisão de Hematologia do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Continua após a publicidade

“A participação brasileira é muito intensa nos estudos de terapia gênica. A Unicamp foi o lugar que mais fez infusão para o tratamento de hemofilia no mundo. São quase 38 pacientes que passaram pelo estudo. Em doenças raras, geralmente esse número não passa de 15 pessoas”, disse Margareth a VEJA.

De acordo com dados da World Federation of Hemophilia, o Brasil tem a quarta maior população de hemofilia no mundo. Estima-se que o país tenha 13.337 pacientes com os tipos A e B da doença. Aqui, o tratamento é realizado quase que exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.