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Novo tipo de ultrassom pode detectar câncer de próstata

Pesquisadores descobriram um novo tipo de exame que pode diagnosticar com precisão a maioria dos casos, atualmente identificados por ressonância magnética

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 3 mar 2022, 19h15

Pesquisadores do Imperial College London, University College London e Imperial College Healthcare NHS Trust descobriram que um novo tipo de ultrassonografia pode diagnosticar com precisão a maioria dos casos de câncer de próstata. O estudo, realizado em sete hospitais no Reino Unido, incluindo o Charing Cross Hospital, parte do Imperial College Healthcare NHS Trust, entre março de 2016 e novembro de 2019, foi publicado na Lancet Oncology.

Em um ensaio clínico envolvendo 370 homens, os cientistas verificaram que os exames de ultrassom indicaram apenas 4,3% menos casos de câncer de próstata clinicamente importantes – que deveria ser tratado, em vez de monitorado – em comparação aos exames de ressonância magnética (RM), atualmente utilizados ​​para identificar a doença. Dos 133 homens diagnosticados com câncer – 83 clinicamente significativos – o ultrassom detectou 66 tumores e a ressonância, 77.

Como os exames de ressonância magnética são caros e demorados, os pesquisadores acreditam que uma ultrassonografia deve ser usada como primeiro teste em um ambiente comunitário de saúde e em países de baixa e média renda, que não têm fácil acesso à ressonância magnética de alta qualidade. Eles afirmam que poderia ser usado em combinação com os atuais exames para maximizar a identificação do câncer.

“À medida que as listas de espera do câncer aumentam como resultado da pandemia da Covid-19, há uma necessidade real de encontrar testes mais eficientes e baratos, capazes de determinar o câncer de próstata”, diz Hashim Ahmed, um dos autores do estudo, professor e presidente de Urologia no Imperial College London. “O câncer de próstata é o mais comumente detectado no Reino Unido. Um em cada seis homens será diagnosticado com a doença em suas vidas e espera-se que esse número aumente”, alertou.

Atualmente, cerca de 52.300 novos diagnósticos surgem a cada ano no Reino Unido. O tumor se desenvolve quando as células da próstata crescem de forma descontrolada. É um câncer de progressão lenta e com sintomas, como sangue na urina, que só aparecem quando a doença está avançada. Geralmente afeta homens com mais de 50 anos e, muitas vezes, com histórico familiar. Negros são desproporcionalmente impactados pela doença e as mortes por câncer de próstata já ultrapassaram as de câncer de mama.

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“Os exames de ressonância magnética são um dos testes que usamos para diagnosticar o câncer de próstata. Embora eficazes, essas varreduras são caras, levam até 40 minutos para serem executadas e não estão facilmente disponíveis para todos. Além disso, existem alguns pacientes que não podem fazer como aqueles com próteses de quadril ou claustrofobias”, explica Ahmed.  “Nosso estudo é o primeiro a mostrar que um tipo especial de ultrassonografia pode ser usado como um teste potencial para identificar casos clinicamente significativos de câncer de próstata. Pode detectar a maioria dos casos com boa precisão, embora os exames de ressonância magnética sejam um pouco melhores”.

Um dos principais métodos para diagnosticar o câncer de próstata é um tipo especial de ressonância magnética (MRI) chamado de multiparamétrica (mpMRI), que ajuda os médicos a ver se há algum tumor dentro da próstata e a rapidez com que ele provavelmente pode crescer. A varredura, porém, leva 40 minutos e custa cerca de 450 euros (em torno de 2.500 reais)

O novo estudo analisou o uso de um tipo diferente de imagem chamado ultrassom multiparamétrico (mpUSS), que usa ondas sonoras para observar a próstata. O teste envolve o uso de uma sonda chamada transdutor para fazer as imagens da próstata. O médico que faz o teste também usa tipos extras especiais de ultrassonografia que observam a rigidez e a quantidade de tecido de suprimento sanguíneo, que em tumores aparecem com mais clareza por serem mais densos. “Acreditamos que este teste pode ser usado em ambientes de baixa e média renda, onde o acesso a equipamentos caros de ressonância magnética é difícil e os casos de câncer de próstata estão crescendo”, afirmou Ahmed.

Ambos os exames de imagem não detectaram cânceres clinicamente importantes indicados pelo outro, portanto, o uso de ambos aumentaria a identificação de cânceres de próstata clinicamente importantes. “Nossos resultados fornecem um teste preciso para câncer de próstata em pacientes que anteriormente não tinham um, usando um exame barato e fácil de realizar”, afirmou Alistair Gray, um dos autores do estudo e pesquisador da Divisão de Cirurgia e Ciência Intervencionista da UCL.

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