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Novo exame de sangue pode diagnosticar fibromialgia

A fibromialgia afeta cerca de 3% da população brasileira. Segundo pesquisadores, o novo teste deve estar disponível nos próximos cinco anos

Por Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 15h35 - Publicado em 20 mar 2019, 17h52

A fibromialgia é uma condição que afeta cerca de 8% da população mundial e é caracterizada por dores crônicas em todo o corpo. No entanto, em alguns casos, essa doença apresenta uma gama de sintomas que podem ser confundidos com outros distúrbios, o que dificulta o diagnóstico.

Felizmente, um grupo de cientistas americanos desenvolveu um exame de sangue capaz de detectar a fibromialgia de forma precisa. Isso significa que, em breve, essa condição poderá ser identificada com maior facilidade, ajudando a melhorar a vida de milhares de pacientes que sofrem pela falta de um diagnóstico preciso.

Encontramos padrões metabólicos claros e reproduzíveis no sangue de dezenas de pacientes com fibromialgia. Isso nos deixa mais próximos de um método preciso de diagnóstico”, disse Kevin Hackshaw, principal autor do estudo, em comunicado. Os resultados de desempenho do novo exame de sangue – que pode estar disponível para uso dentro de cinco anos – foram publicados recentemente no Journal of Biological Chemistry.

Maior precisão

Para verificar a precisão do novo método de diagnóstico, os pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, recrutaram 121 pacientes – 50 deles tinham fibromialgia confirmada. Os demais apresentavam artrite reumatoide, osteoartrite, e lúpus – condições crônicas cujos sintomas se assemelham aos da doença. Utilizando a espectroscopia vibracional – técnica capaz de medir as ligações químicas e os níveis de energia das moléculas, a equipe encontrou “impressões digitais metabólicas” que diferenciam as amostras de sangue de indivíduos com fibromialgia daqueles que sofrem de outros distúrbios. 

De acordo com os cientistas, essa descoberta não apenas melhora o diagnóstico da fibromialgia, como pode identificar sintomas específicos da doença e determinar a sua gravidade, o que pode ajudar no desenvolvimento de melhores terapias. “Se pudermos ajudar a acelerar o diagnóstico para esses pacientes, o tratamento será melhor, e eles provavelmente terão melhores perspectivas. Não há nada pior do que estar em uma área cinzenta onde você não sabe que doença tem”, comentou Hackshaw.  

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Agora, a equipe pretende iniciar um segundo estudo com uma amostra populacional maior (150 a 200 pessoas) para confirmar os resultados. Se tudo ocorrer de acordo com o planejado, os pesquisadores esperam que o exame de sangue esteja disponível para uso nos próximos cinco anos.

Fibromialgia

A fibromialgia afeta principalmente a população feminina. Inclusive,em 2017, a cantora Lady Gaga cancelou diversos shows após ser diagnosticada com a condição.

No Brasil, estima-se que 2% a 3% das pessoas sofram com a doença. As prováveis causas da fibromialgia podem estar associadas a stress ou trauma (que podem desencadear ou agravar o problema), alterações químicas no sistema nervoso central (responsável por transmitir informações para todo o corpo), distúrbios psíquicos (ansiedade e depressão, por exemplo) e menor quantidade de fibras nervosas (cuja função é conduzir impulsos nervosos).

Entre os sintomas que podem indicar a condição estão: sensibilidade ao frio, dor em cinco a sete partes do corpo por mais de três meses, problemas de memória e concentração, cansaço prolongado, suor em excesso, diarreia ou prisão de ventre constantes, vontade frequente de urinar, além de insônia ou sono que não promove descanso.

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