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Nobel de Medicina 2025 premia descoberta da tolerância imunológica e seu papel em doenças autoimunes

Mary Brunkow, Fred Ramsdell e Sakaguchi foram laureados por descobrir a tolerância imunológica periférica, que impede o corpo de atacar a si mesmo

Por Victória Ribeiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 out 2025, 07h38 - Publicado em 6 out 2025, 07h05

O Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2025 foi concedido, nesta segunda-feira, 6, aos americanos Mary E. Brunkow e Fred Ramsdell e ao japonês Shimon Sakaguchi, por suas descobertas sobre a tolerância imunológica periférica, um mecanismo importante que impede o sistema de defesa do corpo de atacar seus próprios tecidos.

O trabalho dos três cientistas ajudou a revelar como o organismo mantém o equilíbrio entre atacar invasores, como vírus e bactérias, e preservar células saudáveis. Suas pesquisas foram fundamentais para compreender o papel das chamadas células T reguladoras (Tregs) e de genes associados a esse processo.

Brunkow, Ramsdell e Sakaguchi vão dividir os 11 milhões de coroas suecas (aproximadamente 6,2 milhões de reais) do Nobel concedido pela Assembleia do Instituto Karolinska, na Suécia.

Como funciona a descoberta?

Nosso corpo está constantemente exposto a uma infinidade de micro-organismos, e o sistema imunológico evoluiu para nos proteger deles. Para detectar essas ameaças, células especializadas chamadas linfócitos T possuem receptores capazes de reconhecer uma enorme diversidade de moléculas. Sem essas células, não conseguiríamos combater infecções.

Entre essa diversidade, algumas células T podem reconhecer estruturas do próprio corpo, um fenômeno chamado autorreatividade. Se não forem controladas, essas células podem causar doenças autoimunes. O corpo possui um mecanismo chamado tolerância central, que ocorre no timo, eliminando linfócitos T perigosos ainda na fase inicial de desenvolvimento. Mas algumas células autorreativas escapam para a circulação, representando risco ao organismo.

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É aí que entram as descobertas premiadas. Shimon Sakaguchi identificou que certas células T, chamadas células T reguladoras (Tregs), funcionam como um “freio” que mantém essas células perigosas sob controle, prevenindo ataques ao próprio corpo. Experimentos com camundongos mostraram que, quando essas células eram removidas, os animais desenvolviam doenças autoimunes; se eram reintroduzidas, a proteção era restaurada.

Mary Brunkow e Fred Ramsdell complementaram a descoberta ao identificar o gene FoxP3, essencial para o desenvolvimento e funcionamento das Tregs. Mutação nesse gene em humanos está ligada a doenças autoimunes raras, como a síndrome IPEX.

“As descobertas têm potencial para novos tratamentos. Ensaios clínicos estão em andamento para aumentar o número de células T regulatórias, suprimindo reações imunológicas indesejadas em doenças autoimunes ou após transplantes de órgãos […] Para tratamentos contra o câncer, o foco é, portanto, reduzir ou destruir as células T regulatórias, permitindo que o sistema imunológico atue contra as células malignas”, explicou Wahrem-Helenius, do Comitê Nobel.

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A premiação

O Prêmio Nobel de Medicina se pauta pela condecoração de uma grande descoberta ou mudança de paradigma nas ciências da saúde – seja por aprimorar o conhecimento sobre o corpo humano, seja por melhorar a abordagem de uma doença ou grupo de doenças. Trabalhos sobre genes, hormônios, sistemas orgânicos e agentes infecciosos já foram contemplados em mais de um século de distinção.

Esta é a 116ª edição da premiação, que, em 2024, reverenciou o trabalho dos americanos Victor Ambros e Gary Ruvkun na descoberta dos microRNAs, pequenas moléculas com importante participação na regulação dos genes e de processos que regem a vida.

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