Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Mulheres avançam para ser maioria na Medicina, mas renda é 36% inferior

Médicas devem estar em maior número em 2024, segundo Associação Médica Brasileira e Faculdade de Medicina da USP; veja especialidades 'mais femininas'

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 8 fev 2023, 19h21

As mulheres serão maioria entre os profissionais de Medicina a partir do próximo ano, de acordo com um levantamento divulgado nesta quarta-feira, 8, e feito em uma inédita parceria entre a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Apesar do avanço da participação feminina na profissão, a renda anual delas reflete a grave desigualdade presente no mercado de trabalho: é 36% menor do que a dos colegas do sexo masculino.

Os dados fazem parte da nova edição da Demografia Médica no Brasil, que apontou um incremento de 84% no número de registros de médicos titulados na última década, passando de 268,2 mil, em 2012, para 495.716 no ano passado.

O crescimento se deve ao aumento na quantidade de cursos de Medicina no país e também no número de vagas nas turmas, fenômeno que teve um pico histórico no período de 2013 a 2022 com ampla participação das instituições de ensino particulares, mas que vinha ocorrendo gradativamente. Um recorte dos últimos 20 anos ilustra o boom no setor privado. Nas universidades públicas, o número de vagas passou de 5.917 (2003) para 9.725 (2022). Nas particulares, o salto foi de 358%: de de 7.001 para 32.080.

Assim, a estimativa é de que o Brasil tenha mais de 1 milhão de médicos em 2035, com um quantitativo projetado entre 1.016.121 e 1.032.753 profissionais.

Continua após a publicidade

Perfil dos médicos

A presença feminina tem se intensificado desde 2009, quando o índice de mulheres era de 40,5% – o percentual de homens era de 59,5% -. No ano passado, a proporção era de 51,4% de médicos e 48,6% de médicas e a inversão está prevista para o próximo ano, com estimativa de 50,2% de médicas. Um desafio para a carreira será reverter a desigualdade de renda entre os gêneros. A avaliação de dados da Receita Federal no ano-base de 2020 demonstra que as profissionais do sexo feminino declaram renda média anual 36,3% menor que os rendimentos masculinos.

Com base nas 55 especialidades médicas reconhecidas pela Comissão Mista de Especialidades, que conta com representantes de entidades como a AMB, Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Comissão Nacional de Residência Médica, a análise constatou que os homens são maioria em 36 delas.

As especialidades “mais femininas”, de acordo com o estudo, são: Dermatologia ( 77,9%), Pediatria (75,6%), Alergia e Imunologia (72,1%) e Endocrinologia e Metabologia (72,1%). As “mais masculinas” são: Urologia, Ortopedia e Traumatologia, Neurocirurgia, Cirurgia Cardiovascular e Cirurgia do Aparelho Digestivo.

Continua após a publicidade

O levantamento mostrou ainda que 62,5% dos médicos em atividade têm um ou mais títulos de especialista e 37,5% são generalistas, considerando dados de ambos os sexos.

“É fundamental para o planejamento do sistema de saúde tomar conhecimento do número, do perfil e da distribuição dos médicos e médicas no Brasil, das mudanças na graduação de Medicina, na Residência Médica e na oferta de especialistas, assim como acompanhar as transformações no mercado de trabalho médico”, afirmou a professora Eloisa Bonfá, diretora da Faculdade de Medicina da USP.

A produção da Demografia Médica no Brasil 2023 contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação Faculdade de Medicina, Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e do Ministério da Saúde. A coordenação foi feita pelo pesquisador Mário Scheffer, professor livre-docente do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.