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Muito além das canetas de Ozempic e Mounjaro: a nova aposta para perda de peso

Uma nova geração de remédios se apresenta no horizonte — e eles vêm em comprimidos

Por Diogo Sponchiato e Ingrid Luísa
Atualizado em 26 set 2025, 11h51 - Publicado em 26 set 2025, 06h00

Nenhuma família de medicamentos alvoroçou tanto o mercado, o noticiário e as redes sociais quanto a dos análogos de GLP-1. Essa é a classe dos famosos Ozempic, Wegovy e Mounjaro, produtos de aplicação semanal prescritos para o tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2. Apesar do sucesso de vendas e nos estudos, a história não deve parar neles. Como mostram os resultados de pesquisas recém-concluídas pelos dois laboratórios que encabeçam essa corrida farmacológica, existem grandes perspectivas para o médio e o longo prazo. E, fora as canetas, quem pede passagem são novos comprimidos que prometem efeitos expressivos no emagrecimento com a vantagem de serem mais acessíveis em larga escala.

Os análogos de GLP-1 são medicações que imitam um hormônio naturalmente fabricado pelo intestino que atua na regulação do apetite e no controle dos níveis de açúcar no sangue. Despontaram na bancada dos cientistas nos anos 1990 até que chegaram efetivamente às farmácias em 2010 com a liraglutida, desenvolvida pela dinamarquesa Novo Nordisk, um injetável de aplicação diária. Mas a virada na categoria se deu com a chegada de sua prima de ação semanal, a semaglutida. O princípio ativo de Ozempic e Wegovy gerou reduções de peso na ordem de 15%, feito que mobilizou o mercado e a sociedade. Na esteira da bem-sucedida empreitada, a americana Eli Lilly lançou o Mounjaro (tirzepatida), uma caneta semanal ainda mais potente por simular não apenas o GLP-1, mas também outro hormônio envolvido na saciedade — e ele virou objeto de desejo de médicos e pacientes.

INJETÁVEIS - Espaço garantido: há outras moléculas em desenvolvimento
INJETÁVEIS - Espaço garantido: há outras moléculas em desenvolvimento (Munro/Getty Images)

Agora, ambos os laboratórios deram novos passos na construção de um arsenal terapêutico ainda mais amplo diante de uma condição que afeta ao menos 1 bilhão de pessoas globalmente, a obesidade. E ele vem na forma de pílulas diárias. A Lilly apresentou os resultados da orforgliprona, um comprimido que emula o tal GLP-1 e pode ser tomado em qualquer momento do dia, independentemente dos horários das refeições. O fármaco obteve, nos ensaios clínicos de fase final, uma redução média de 12 quilos — voluntários perderam entre 10% e 20% do peso corporal. “É uma molécula que não precisa de refrigeração, como as dos injetáveis, e é simples de tomar, podendo ser usada também como tratamento de manutenção para quem já perdeu bastante peso”, disse a VEJA Patrik Jonsson, vice-presidente da Lilly.

A bem da verdade, não se trata da primeira pílula de GLP-1. A concorrente Novo Nordisk já havia trazido, em 2019, o Rybelsus, a versão oral da semaglutida, aprovada para o diabetes tipo 2 e com impacto mais modesto no peso. Ciente disso, a Lilly encomendou um estudo para comparar, cabeça a cabeça, sua nova medicação frente àquela que já está nas farmácias. No experimento com 1 700 indivíduos com diabetes, ainda não revisado nem publicado em revista científica, a orforgliprona demonstrou-se superior em controle glicêmico e emagrecimento — perda de peso de 6,6 a 8,9 quilos ante uma variação de 3,6 a 5 quilos para o grupo da semaglutida.

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Mal a notícia foi divulgada, a Novo Nordisk correu para anunciar os resultados com seu Wegovy oral, uma versão mais possante da semaglutida em formato de comprimido. Nos testes em fase avançada, a medicação de uso diário logrou uma eliminação de 16% do peso corporal, em média. “A potência foi semelhante à da semaglutida injetável”, diz Marília Fonseca, diretora médica da farmacêutica no Brasil. “Um comprimido uma vez por dia pode ser vantajoso, pensando na adesão no longo prazo, e é uma alternativa a quem tem aversão a picadas.” A expectativa é de que tanto o Wegovy oral quanto a orforgliprona possam chegar ao mercado no primeiro semestre de 2026.

Apesar da aposta nas pílulas, a categoria das canetas ainda tem muito a oferecer. Inclusive em termos de novíssimas drogas. A Novo Nordisk investe em outro simulacro hormonal, a cargrilintida, que não é baseada no GLP-1. A Lilly, por sua vez, tem no portfólio o primeiro análogo triplo, que mimetiza três hormônios envolvidos no balanço energético e pode levar a perdas de peso similares às de uma cirurgia bariátrica. E outras empresas devem entrar na disputa. Da Ásia vem a mazdutida, o “Mounjaro chinês”, injeção que leva a reduções de 10% a 15% da massa corporal. Enquanto isso, com a queda das patentes, começam a chegar às drogarias nacionais as primeiras canetas de GLP-1 diárias 100% fabricadas no país pelas mãos da EMS. “Vivemos uma era muito frutífera e, na prática, teremos uma maior maleabilidade para indicar o que melhor se adapta às pessoas com diabetes e obesidade”, diz o endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, da USP de Ribeirão Preto. No futuro, opções não vão faltar para o controle do peso. Ficará a gosto dos fregueses — o médico e o paciente.

Publicado em VEJA de 25 de setembro de 2025, edição nº 2963

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