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Metanol: o conjunto de ações da Anvisa para combater as intoxicações

Agência anunciou a abertura de um edital de chamamento internacional para aquisição de um medicamento usado como antídoto para substância que pode matar

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 3 out 2025, 10h15

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) elaborou uma série de ações para combater os episódios de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas diante da escalada de casos. Até o momento, o país já registra 11 episódios confirmados em laboratório e 59 notificações em São Paulo, Pernambuco e no Distrito Federal. Nesta quinta-feira, 3, o principal anúncio foi a abertura de um edital de chamamento internacional para aquisição de um medicamento usado como antídoto para intoxicação por metanol.

A solicitação é para a identificação de fabricantes e fornecedores do fomepizol, fármaco que não tem registro sanitário no Brasil. Segundo balanço do Ministério da Saúde, entre casos suspeitos e confirmados, o país registrou oito mortes pela ingestão da substância em bebidas alcoólicas adulteradas — uma delas já foi confirmada por análise laboratorial –.

De acordo com a agência, o documento, assinado pelo Ministério da Saúde, aponta a “urgente de assegurar o abastecimento nacional do medicamento, garantindo a segurança assistencial em situações de emergência”. Uma Sala de Situação foi implementada pela pasta para acompanhar o aumento de registros, que supera a média 20 casos por ano e se intensificou a partir de agosto.

A Anvisa informou que consultou autoridades reguladoras internacionais sobre a autorização vigente para comercialização do medicamento. Até o momento, foram acionados os órgãos da Argentina, México, União Europeia, Estados Unidos, Canadá, Japão, Reino Unido, China, Suíça e Austrália.

“Com essa ação, estamos mobilizando as dez maiores agências reguladoras do mundo para que indiquem, em seus países, quais são os produtores do fomepizol”, explicou, em nota, o ministro da Saúde Alexandre Padilha.

O Ministério da Saúde formalizou um pedido à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) para a “doação imediata de 100 tratamentos de fomepizol e manifestou intenção de adquirir outras 1.000 unidades do medicamento por meio da linha de crédito do Fundo Estratégico da OPAS, ampliando o estoque nacional”.

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Em coletiva também nesta quinta, Padilha disse que a Anvisa  mapeou 604 farmácias de manipulação que já produzem o etanol farmacêutico, indicado pela pasta como antídoto, e os gestores estaduais vão receber a lista desses estabelecimentos caso queiram fazer a aquisição do produto.

A agência acrescentou que iniciou uma mobilização com os laboratórios da Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Sanitária para “definir o fluxo de coleta e envio de amostras suspeitas de contaminação”. Essa articulação permitiu a indicação das três primeiras unidades aptas para realização das análises: Lacen/DF, Laboratório Municipal de São Paulo e INCQS/Fiocruz.

Como funciona o antídoto?

Professor do Departamento de Química da USP Ribeirão Preto, o toxicologista Daniel Junqueira Dorta, diz que o fomepizol é mais eficaz do que o etanol utilizado no socorro das vítimas que está disponível no país.

“Ele é aplicado diretamente na corrente sanguínea na veia e vai inibir aquelas enzimas que fazem o processo de metabolização do metanol. Assim, fica só o etanol, que é menos tóxico.” Dorta explica que, para obter os melhores resultados da medicação, ela deve ser administrada assim que os sintomas se manifestarem. Logo, as pessoas não devem esperar o agravamento do quadro para buscar ajuda médica.

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Uma nota técnica lançada nesta semana reforça a orientação para uso do etanol farmacêutico como antídoto efetivo para os casos de intoxicação e a meta do ministério é aumentar o estoque.

“O governo federal já estabeleceu um estoque desse etanol farmacêutico nos hospitais universitários federais. Estamos ampliando o estoque e vamos chegar à compra de mais 4.300 ampolas que estarão disponíveis para qualquer estado e qualquer unidade de saúde que não tenha esse produto. Podemos deslocar de imediato”, declarou Padilha.

Como identificar uma possível intoxicação por metanol

O metanol é um tipo de álcool usado na indústria e que não pode ser consumido por desencadear a produção de substâncias altamente tóxicas ao ser metabolizado no fígado, como formaldeído e ácido fórmico.

Elas atacam o sistema nervoso central, o nervo óptico e os rins, causando comprometimento neurológico, cegueira irreversível e insuficiência renal em casos mais graves. O quadro pode evoluir para choque e óbito.

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É fundamental ficar atento a sintomas como cólica, sonolência, tontura, náuseas, vômitos, confusão mental, taquicardia, visão turva, fotofobia e convulsões. 

A pessoa deve buscar socorro médico para receber o antídoto, um etanol usado em ambientes hospitalares, para cortar a metabolização do metanol.

Cuidados ao consumir bebidas alcoólicas

Em nota, o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) de São Paulo recomendou que bares, empresas e demais estabelecimentos “redobrem a atenção quanto à procedência dos produtos oferecidos”. Para a população, os cuidados são:

  • Adquira apenas bebidas de fabricantes legalizados, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal
  • Evite opções de origem duvidosa e com preços muito abaixo do valor de mercado
  • Procure ajuda médica em caso de sintomas
  • Ligue para o Disque-Intoxicação da Anvisa: 0800 722 6001
  • Se precisar de orientação especializada, entre em contato com o CIATox da sua cidade
  • Entre em contato com o Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (CCI): (0 xx 11) 5012-5311 ou 0800-771-3733 – de qualquer lugar do país
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