Luto na infância: novas abordagens dão às crianças o direito de expressar sentimentos
Reportagem especial de VEJA mostra projetos que promovem acolhimento dos pequenos; levantamento inédito vai mapear serviços de suporte ao luto no Brasil
Quando soube do atropelamento do marido e sua morte no hospital, a gerente comercial Ariadiny Ribeiro Guedes, de 35 anos, se deparou com o turbilhão de sentimentos que acometem quem perde um ente querido. Ela teve pouco tempo para sofrer, pois foi engolida pela responsabilidade de resolver as burocracias de hospital, delegacia e velório. Uma das missões, no entanto, era mais dolorosa. Explicar para os três filhos, dois ainda crianças, que eles tinham perdido o pai e ter a certeza de que eles sentiriam a dor do luto.
Falar sobre a morte com os pequenos ainda envolve medos e estigmas que são desafiadores para pais, educadores e profissionais de saúde, mas algo necessário para indivíduos em desenvolvimento e que não podem ser privados de expressar suas emoções. Nessa linha, iniciativas de universidades, caso dos projetos Pequenos Enlutados e Enlutinho, e pesquisas têm se dedicado a trabalhar a questão do luto na infância a partir da abordagem mais atualizada sobre o tema: com empatia e verdade, sem alusão a estrelinhas nem à metáfora de dormir e não voltar mais.
O acidente com Jorge Rhamon Bueno, um representante comercial de 36 anos, ocorreu quando ele estava de moto na rua de casa no bairro da Saúde, na zona sul da cidade de São Paulo, em setembro do ano passado. Ele ainda ligou para comunicar a esposa, que não atendeu por estar cozinhando. Ariadiny chegou a vê-lo hospitalizado e seria a última vez. O óbito foi comunicado primeiro para Vitória, atualmente com 15 anos. “Dei a notícia de forma bem clara. Parecia que ia se abrindo um buraco enorme e ficou um silêncio ensurdecedor.” Sofia, então com 7 anos, e Bernardo, com 6 na época, souberam depois.
Embora estivesse em choque e envolvida com a resolução de questões práticas, sabia que precisaria de ajuda para acolher os sentimentos que iriam reverberar nos filhos. “As crianças têm um entendimento diferente. Os pequenos ficaram brincando do lado de fora do velório. Meu filho até caiu e arranhou os óculos. Não houve um entendimento de ‘meu pai não está mais aqui comigo’”, relembra.
Essa é uma das conversas que deixam as pessoas sem palavras. Se já é difícil abraçar o sofrimento dos adultos, é imensurável quando envolve crianças. E elas vivenciam isso com as perdas que envolvem a violência urbana, dos latrocínios aos feminicídios, acidentes de trânsito, surtos de doenças, como a pandemia de covid-19 e a epidemia de dengue do ano passado, inundações e demais desastres ligados às mudanças climáticas. Esses eventos podem levar aos complexos lutos secundários, caso dos impactos de eventos como mudança de casa, de escola, de rotina.
O problema é que, muitas vezes, os pequenos são excluídos dos processos de despedida – e isso não tem relação com velório e enterro –, de modo que há um apagamento de suas reflexões, dúvidas e sentimentos sobre a morte. E não é necessário esperar a criança ficar mais velha e com plena ciência do significado da morte.
As conversas podem acontecer respeitando o entendimento dos pequenos ainda na primeira infância, período que vai do nascimento aos 6 anos. Essa é uma fase fundamental para o desenvolvimento humano, onde as habilidades emocionais, cognitivas e sociais estão sendo construídas, de modo que as crianças não estão apenas crescendo, mas se consolidando como os indivíduos que serão no futuro.
Há uma corrente que busca reposicionar as crianças neste momento inevitável para a existência de qualquer ser vivo, respeitando suas individualidades, contextos familiares e vivências para atravessar o luto de maneira resiliente.
No final do ano passado, 14 pesquisadores do Grupo de Trabalho Internacional sobre Morrer, Morte e Luto publicaram um artigo cujo título já é um convite a mudanças: “Reimaginando o luto infantil” e segue com “Crianças como agentes ativos em um processo transacional”.
É quase um manifesto para que essa população receba apoio e tenha voz. “O luto na infância sempre existiu. A gente quer mostrar que a criança não é um mero receptor em relação ao que acontece no processo de luto, mas um agente ativo que interpreta dando significados, influenciando como a família e a comunidade vivenciam essa experiência”, explica uma das integrantes do grupo, Regina Szylit, professora titular da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora do Instituto de Estudos Avançados da USP.
Essa visão de ter uma conversa aberta e sem tabus deve acompanhar o nível de compreensão das crianças. Mesmo as mais novas vão precisar de alguém para guiá-las nessa situação. “É importante responder com palavras que elas possam entender, considerando o desenvolvimento delas. E não pode falar mentira. Falar com a criança sobre a morte e o luto é um ato de cuidado.”
Pequenos Enlutados
Diante da preocupação com os filhos, Ariadiny procurou iniciativas e encontrou o projeto Pequenos Enlutados, do Programa de Acolhimento ao Luto (Proalu), ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Em um prédio do início dos anos 1920 localizado na Vila Mariana, também na zona sul da capital paulista, não há vestígios de que crianças passam por ali. Há o silêncio, as escadarias, as paredes neutras. No conjunto de salas com portas fechadas, placas indicam os horários de atendimento.
Apenas quando alguma porta se abre, raios de sol insistentes revelam artigos infantis: cadeirinha de plástico, mesinha e alguns itens lúdicos. Há livros que sugerem o tema de forma delicada e sensível ao alcance das mãos. Um dos corredores e outras salas abrigam armários que, quando abertos, exibem brinquedos adequados para diferentes faixas etárias e de acordo com a proposta adotada para abrir os caminhos para o diálogo.
O projeto atende crianças a partir dos três anos, com atividades lúdicas de escuta baseadas nas melhores práticas para acolhimento do luto na infância. O nascimento deste trabalho se deu após a tragédia que, sabe-se hoje com base em estudos publicados no periódico The Lancet Regional Health Americas, deixou 1,3 milhão de crianças e adolescentes órfãos de pai, mãe ou cuidadores próximos: a pandemia de covid-19. Os dados foram divulgados em outubro passado e se referem aos primeiros dois anos da emergência em saúde pública, quando 284 mil perdas tiveram relação exclusiva com o vírus.
Antes mesmo de conhecer as dimensões dessa catástrofe, a equipe do Proalu notou a necessidade de fornecer um alento para funcionários do Hospital São Paulo, da Unifesp, algo que se ampliou para a população adulta e chegou para os mais novos em 2021. “Naquele momento, precisamos acolher as crianças porque os pais delas começaram a morrer”, relembra o psicólogo Rodrigo Trevisan, coordenador do ambulatório infantil Pequenos Enlutados.
“É fundamental falar do luto na primeira infância, porque a criança tem compreensão limitada da perda. Entende de forma mágica ou com certa literalidade, com confusão, medo, culpa. As crianças pequenas não veem a morte da mesma forma que o adulto.” Entre 2021 e 2024, 135 crianças foram atendidas presencialmente.
Algumas formas de expressar a saudade já são conhecidas por especialistas. Não são padrões fixos, mas, muitas vezes, se repetem. “As crianças que perderam a mãe gostam de brincar de comidinha, montam a mesinha. É o que sentem falta”, conta o psicólogo. Nessas sutilezas, a família é envolvida para que lembranças não sejam suprimidas. “Às vezes, o bolo que era feito vira um tabu e a família não faz mais para a criança não ficar triste. Depois do acompanhamento, vira uma maneira de homenagear a pessoa que partiu e a família passa a revisitar isso.”
Trevisan explica que essas dificuldades aparecem pelo simples motivo de o luto também estar sendo vivenciado pelos parentes dos pequenos. Assim, por mais que as sessões sejam individuais, os familiares aprendem ferramentas para dar continuidade ao acolhimento em casa.
Dentro das salas, o acesso aos sentimentos das crianças é feito por meio das brincadeiras e dos desenhos. Se elas não conseguem verbalizar a confusão de sentimentos, ganham o apoio das várias emoções representadas por emojis – as carinhas que já fazem parte do repertório delas – colados em palitos. Panelas, pratos e alimentos de brinquedo, bonecos e jogos ficam à disposição.
Os três filhos de Ariadiny passaram pelas sessões neste ano e agora, um ano depois da perda, transmitem a sensação de que houve a construção, peça a peça, do entendimento de que a despedida existiu, mas a memória do pai presente que foi Jorge Rhamon está solidificada. Bernardo, o mais novo, fala dele com carinho e mostra os objetos que trazem as melhores lembranças. Ao ser perguntado sobre o que gostaria de pegar do pai para fazer fotografias, responde: “O perfume. E o amor do meu pai”. A mãe tem uma resposta para isso. “Digo que ele sempre vai ter o amor do pai dele.”
O menino sai para a frente de casa, na rua onde o acidente aconteceu, com um relógio de pulso preto e um capacete. Ele, Sofia e Vitória surpreendem pela maturidade. Mostram o baú da motocicleta coberto de adesivos coloridos que permanece na sala, abrem e tiram de lá um capacete. O objeto exibe uma série de arranhões. “Este é o do acidente. Está todo arranhado”, mostra Sofia, de 8 anos, ao lado do irmão. Foi necessário conter qualquer reação para não quebrar aquela naturalidade diante da morte. Estava ali uma prova de que as crianças revisitam o luto e sabem lidar com ele.
Quando o luto é por suicídio
No caso da neta de 6 anos de Cristiane, de 58 anos, o processo ainda está em andamento. A mãe da garota cometeu suicídio quando ela tinha 3 anos e meio e a construção de lembranças boas é feita no dia a dia. A menina foi acompanhada pelo Pequenos Enlutados e, agora, faz sessões com uma psicóloga particular. “Ela veio entender o que aconteceu com a mãe dela pouco depois que terminou o tratamento, porque evitávamos falar da situação de morte, mas a gente fala da mãe dela para não cair no esquecimento”, diz. “Ela tem uma memória fotográfica. Ficamos assustados em como ela se lembra das coisas.”
Cristiane conta que dá espaço para a neta expressar seus sentimentos e também respeita os seus silêncios. “No aniversário dela, estávamos cantando parabéns e ela ficou passando as mãos nos olhos. Pensei: ‘Será que ela se lembrou? Está vendo todo mundo menos a mãe dela’. Só que ela não comentou sobre o assunto e não adianta ficar perguntando para trazer à tona o que poderia esperar”, reflete.
Cuidar da dor interior de perder a filha aos 29 anos faz parte dessa jornada, mas ela conta que está pensando no futuro. “Eu quero a saúde mental dela perfeita, que seja uma menina tranquila, que ela não chegue ao ponto de ter depressão, porque tem o medo de acontecer de novo.”
Episódios de perda que não envolvem doenças ou acidentes são complexos e demandam estratégias para não expor as crianças a temas sensíveis e que elas ainda não conseguem elaborar. “Casos de suicídio e mortes violentas precisam ter o contexto para explicar. A situação precisa ser contada em um ambiente seguro onde a criança possa chorar e se expressar, mas não precisa falar todos os detalhes”, diz Trevisan.
Enlutinho
Assim como ocorreu com o projeto Pequenos Enlutados, a pandemia escancarou a necessidade de cuidar das pessoas em luto. Dentro do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF), em Minas Gerais, os adultos começaram a receber assistência naquela época por meio do Enlutar, iniciativa que, no começo, fazia apenas atendimentos virtuais. O projeto cresceu, virou um ambulatório de luto, e veio a demanda das crianças.
“Resolvemos ofertar esse espaço de escuta para que crianças, pais e responsáveis possam desenvolver estratégias de enfrentamento e manejo da perda, porque são muitos sentimentos. Culpa, medo, saudade, revolta e até alívio quando há um longo processo de adoecimento de um ente querido”, explica Fabiane Rossi, professora da universidade e coordenadora do Enlutar. No trabalho de acolhimento, os sentimentos são validados e nomeados sem fingir que nada aconteceu. O ritual de despedida é indicado, mas não precisa ser a ida ao velório ou ao enterro. “Tudo depende da dinâmica da família, mas a criança pode fazer uma cartinha, um desenho, soltar um balão”, sugere.
As crianças a partir de 3 anos já podem ser acompanhadas pelo Enlutinho e, embora as atividades sejam lúdicas, as conversas são focadas em aplacar as dores delas de forma simples e empática. “A criança pequena sente o impacto porque ainda está em formação de personalidade. O que mais vejo é omitir ou contar as metáforas de estrelinha e morar com o Papai do Céu, inventar que a pessoa foi viajar, só que a criança abaixo de 7 anos ainda pode acreditar que a pessoa pode voltar.”
Para a intervenção, há um protocolo semiestruturado de 15 atendimentos ao todo com duas sessões por semana. Como são acolhimentos individuais com possibilidade de adaptações, os profissionais separam seis meses para cada caso. O desenho é uma das ferramentas para acessar os sentimentos, que podem se esconder em forma de mudanças de comportamento, como agressividade e introversão. “As famílias têm de quebrar o tabu do assunto da morte, lidar com os sentimentos e abordar mais esse assunto tão pouco falado na nossa cultura”, afirma Fernanda Buzzinari, psicóloga e coordenadora do Enlutinho.
Depois da vacinação e redução de casos de covid, as sessões continuaram por outros tipos de perdas. “Recebemos casos de vítimas de violência e acidentes de trânsito. Tem aumentado o número de suicídio por causa dos transtornos mentais e das bets. A morte repentina tem um luto mais complexo”, diz Fabiane. Câncer, dengue e doenças relacionadas à velhice, no caso dos avós, também são relatados.
Em 2024, o Brasil teve o maior surto de dengue da série histórica iniciada nos anos 2000, totalizando mais de 6,5 milhões de casos e 6.321 mortes. Uma das vítimas fatais foi o pai de Aylla Antonela Honorato de Paiva, de 6 anos, morto aos 38 anos pela doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
Era março, três dias antes do aniversário da menina, e ela preferiu não ir ao velório. Quis continuar indo para a escola, onde ficava em período integral, nos primeiros dias. Aylla ia, mas estava sentindo a falta do pai presente que a levava ao balé e para a natação, também dos passeios que os dois faziam juntos. “Tinha dia que ela chorava e gritava muito. Quando a gente passava de ônibus pelo trabalho dele, ela chorava e falava: ‘Quero meu pai! Por que ele tinha que morrer?’ A gente não tem muito o que dizer nessas horas”, relembra a empregada doméstica Leila Barbosa Honorato de Paiva, de 42 anos, mãe da menina.
Por meio da filha da patroa, conheceu o Enlutinho e, com o início do acolhimento, passou a vivenciar o luto de outra forma e aceitou algumas mudanças. “Aprendi mais a ficar com ela, mas também saber deixá-la sozinha. Tirei as fotos do mural na sala para não ficar tanta coisa lembrando o tempo todo, mas mantive a rotina de natação e balé.”
Dois meses depois de ficar viúva, a empregada doméstica teve dengue e ficou aterrorizada. “Pedi muito a Deus para eu melhorar e poder cuidar dela. Ela teve o maior cuidado comigo, dizia que me amava. Ela tem amadurecido muito.”
Leila atribui essa evolução ao suporte que a garota recebeu. “Ela tem gostado porque é um trabalho lúdico. Hoje, quando alguém fala de morte, ela não se assusta.”
‘O luto é uma montanha-russa’
O choque da perda faz com que algumas pessoas entrem no modo automático para resolver todas as etapas até a saída do cemitério no dia do enterro. A cuidadora de idosos Rafaela Aparecida dos Santos Moraes, de 34 anos, vivenciou isso no ano passado com Helena, então com 3 meses, e Valentina, com 6 anos na época. O marido dela infartou aos 30 anos na véspera do aniversário da filha mais velha. “Em dez minutos, minha vida tinha mudado toda, então, era muita coisa para resolver. Não passei por psicólogo, mas o luto é uma montanha-russa. Até o tempo quando muda é um gatilho para você ficar mal. Se o amor é por um detalhe, o luto também é.”
Mesmo abalada, precisava reagir e trouxe da própria experiência uma forma de preparar a filha mais nova para crescer sem a presença do pai. “Quando meu pai faleceu, eu tinha 13 anos e minha irmã tinha 11, mas eu tinha uma irmã de 6 meses. Eu e minha irmã contamos para ela como era nosso pai, mostramos fotos, contamos o que ele gostava de comer. A Helena vai ouvir falar do pai dela.”
Para Valentina, que presenciou o pai passando mal, houve a tentativa da mãe de colocá-la na terapia, mas, como ela não conseguiu, a solução encontrada foi uma sessão coletiva quinzenal onde a menina faz desenhos para se expressar. “Ela é parecida com o pai, não gosta de falar sobre isso, mas vejo que ela amadureceu muito. Olho para ela e penso: ‘Meu Deus, como a vida é dura’, mas tento sempre conversar e dizer que ele está em nossos corações.”
Levantamento inédito e políticas públicas
No Brasil, está sendo iniciado um levantamento inédito sobre serviços que oferecem acolhimento ao luto e as informações que os profissionais de saúde e educação têm sobre o tema. A iniciativa é da Associação Brasileira Multiprofissional sobre o Luto (ABMLuto) e do comitê de psicologia da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP).
“Cuidar do luto é cuidar da saúde integral, mas a atenção básica não está preparada para lidar com o luto em nenhuma condição. Temos muitos profissionais que trabalham com luto, mas não têm formação para lidar com luto em geral, muito menos luto na infância, porque o tema ainda tem estigma”, avalia a psicóloga Marília Aguiar, vice-presidente da ABMLuto.
Com os dados desse trabalho, será possível conhecer as iniciativas, mapear gargalos e avançar em políticas públicas para um evento que é doloroso, mas inevitável. “Morte e dor fazem parte da vida, assim como a alegria. A morte não elimina a pessoa da sua vida, porque ela continua na história. Falar sobre a morte faz a gente valorizar a vida, porque entendemos a efemeridade.”
Para Regina, que contribuiu no artigo internacional sobre reimaginar o luto da criança, esses serviços de suporte ao luto precisam fazer parte de estratégias em saúde. “A nossa expectativa é que exista uma política pública que reconheça o luto infantil e que dê essa possibilidade de a criança estar protegida quando vier a precisar.”
No Brasil, o atendimento à saúde mental para crianças e adolescentes na rede pública é feito pelos Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSij). “O atendimento é ofertado em regime de porta aberta, permitindo que as famílias busquem ajuda diretamente ou por encaminhamento”, informou, em nota, o Ministério da Saúde. Implementada em maio deste ano, a Política Nacional de Humanização do Luto Materno e Parental prevê “o acolhimento a crianças que perderam irmãos” apenas em casos de “perda gestacional, fetal ou neonatal”.
Uma das metas do Pequenos Enlutados é alcançar abrangência nacional como uma política pública. Por enquanto, há um projeto em andamento com o ministério que prevê algumas ações, como realização de cursos online e orientações para profissionais de saúde e educadores. Mas os atendimentos, presenciais e virtuais, continuam, porque as dores da saudade não param de chegar. “A gente tem de cuidar, porque onde tem luto, tem amor. Só sente o luto quem já amou na vida”, reflete Trevisan, o coordenador do projeto.
*Esta reportagem recebeu apoio do programa Early Childhood Reporting Fellowship, do Global Center for Journalism and Trauma
Reportagem
Paula Felix
Fotografia
Claudio Gatti
Arte
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Edição
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