Lockdown em SP será inevitável se isolamento não subir significativamente
Modelo matemático leva em conta aumento do contágio e ocupação de leitos na região metropolitana da capital paulista
Um modelo matemático desenvolvido pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) indica que o lockdown será inevitável no estado de São Paulo, caso o nível de isolamento social não suba significativamente nas próximas semanas. De acordo com o governo, a taxa de pessoas cumprindo quarentena no final de semana foi de 48%.
O estudo considera o crescimento de casos durante o último mês de abril. A análise aponta que um número de 100 infectados transmitem a Covid-19, em média, para outras 150 pessoas ao longo de aproximadamente 7,5 dias após se contaminar. Essas projeções, no entanto, podem estar defasadas uma vez que o isolamento entre os paulistas vem caindo gradativamente nas ultimas semanas. Renato Pedrosa, professor do Instituto de Geociência da instituição, aponta que a maior movimentação nas ruas terá impacto nos casos entre 15 e 20 dias e depois em relação ao número de mortos.
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Com o aumento do número de doentes, o sistema público da região metropolitana de São Paulo chegará ao seu esgotamento necessitando o decreto de um ‘lockdown’. O único antídoto possível para este momento é aumentar o isolamento desde esta terça-feira, 12.
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Clique e AssineO estudo, no entanto, está em pré-publicação e será revisado por especialistas. O modelo foi desenvolvido para estimar a dinâmica de transmissão da doença causada pelo novo coronavírus em diferentes localidades. A modelagem leva em conta variáveis climáticas (temperatura e umidade), a densidade populacional e a linha do tempo da avanço da doença (data em que o país ou a região atingiu a marca de 100 casos).
Dados de cinquenta estados norte-americanos e mais 100 países foram utilizados para desenvolver o estudo. De acordo com o matemático responsável pelo documento, para controlar a doença nas regiões mais proporcionalmente densas do país, a exemplo de São Paulo, seria necessário ter pelo menos 60% de isolamento social e uso constante de máscaras de proteção de boa qualidade.
(Com Agência FAPESP)