Avatar do usuário logado
Usuário
OLÁ, Usuário
Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Esquenta Black Friday: Assine VEJA por 7,99/mês

Injeção contra HIV: como funciona o método de prevenção que começou a ser vendido no Brasil

Comercializado como Apretude, medicamento é apontado como fórmula que pode garantir maior adesão de usuários; especialistas defendem incorporação no SUS

Por Victória Ribeiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 29 ago 2025, 12h00

O cabotegravir, medicamento injetável de longa duração contra o HIV, começou a ser vendido na rede privada do Brasil. Registrado pela Anvisa em 2023 e comercializado como Apretude, o fármaco surge como alternativa à Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) oral, que exige o uso diário de comprimidos, e é indicado para pessoas em situação de vulnerabilidade, como trabalhadores do sexo ou moradores de regiões com alta incidência do vírus.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o país registrou cerca de 46,5 mil novos casos de HIV em 2023, e projeções indicam que até 2033 o total de novos diagnósticos pode chegar a 600 mil. Estudos recentes, como o publicado no Value in Health em dezembro de 2024, apontam que a PrEP injetável poderia prevenir cerca de 385 mil dessas infecções — não porque seja mais eficaz do que a fórmula oral, mas porque facilita a adesão ao tratamento.

Pesquisas realizadas no Brasil mostram que a modalidade injetável é bem aceita, especialmente entre os jovens. Entre participantes de 18 a 29 anos, 83% preferiram o cabotegravir, e em outro estudo com adolescentes de 15 a 19 anos, os principais motivos para optar pela injeção foram não precisar tomar comprimidos diariamente nem carregar a medicação. Entre os que inicialmente utilizavam a PrEP oral, 14% migraram para a versão injetável.

O medicamento é indicado para adultos e adolescentes a partir de 12 anos, com peso mínimo de 35 kg e teste negativo para HIV antes do início do uso, e segue um esquema que começa com duas doses mensais e depois passa para aplicações bimestrais de 600 mg por via intramuscular. A estratégia já é utilizada em países como Quênia, Uganda, Zâmbia, Zimbábue e Estados Unidos.

Do ponto de vista farmacológico, o cabotegravir pertence à classe dos inibidores da transferência de fita integrase (INSTI), que impedem que o DNA viral do HIV se integre ao material genético das células de defesa, bloqueando um passo importante para a replicação do vírus e o estabelecimento da infecção crônica. É importante lembrar que HIV e AIDS não são sinônimos: o HIV é o vírus que infecta o organismo, enquanto a AIDS é a consequência de uma infecção prolongada e não tratada.

Continua após a publicidade

Para o infectologista Alexandre Naime Barbosa, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), o cabotegravir representa uma mudança significativa na prevenção. “Com doses a cada oito semanas, a PrEP injetável torna mais fácil manter o esquema completo, eliminando barreiras como estigma ou dificuldade de tomar medicação diária. Isso é especialmente relevante para pessoas jovens, trabalhadores do sexo,  pessoas em situação de rua, migrantes ou mulheres cis que enfrentam barreiras culturais e sociais para usar a medicação diária”, observa Barbosa.

Apesar de ainda não estar disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), há esforço para que o medicamento chegue à rede pública. O infectologista Rodrigo Zilli, diretor médico da GSK/ViiV Healthcare, responsável pela produção do fármaco, afirma que a empresa mantém diálogo com autoridades para viabilizar a distribuição da PrEP injetável no SUS.

Para Barbosa, disponibilizar o medicamento na rede pública não é apenas uma questão de acesso, mas também de eficiência econômica. Embora haja um custo inicial para fornecer a PrEP injetável, investir na prevenção pode reduzir significativamente o número de novas infecções pelo HIV, evitando os altos gastos associados ao tratamento ao longo da vida.

Na rede privada, a dose da PrEP injetável custa cerca de R$ 4 mil, valor que pode variar conforme o canal de compra, a região e os serviços de aplicação. O fármaco é distribuído pela Oncoprod e está disponível em clínicas e farmácias, com a opção de entrega direta para pessoas físicas, permitindo que o medicamento seja recebido em casa.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA CONTEÚDO LIBERADO

Digital Completo

A notícia em tempo real na palma da sua mão!
Chega de esperar! Informação quente, direto da fonte, onde você estiver.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
ECONOMIZE ATÉ 47% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 7,50)
De: R$ 55,90/mês
A partir de R$ 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.