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Homem que passou por tratamento inédito de câncer morre em acidente

Vamberto de Castro sofreu um traumatismo craniano e não resistiu; paciente foi o primeiro no país a receber tratamento individualizado contra doença

Por Giovanna Romano Atualizado em 19 dez 2019, 11h25 - Publicado em 19 dez 2019, 10h39

O primeiro paciente brasileiro a receber um tratamento totalmente individualizado contra o câncer, o mineiro Vamberto Luiz de Castro, de 62 anos, morreu após um acidente que provocou um traumatismo craniano grave. Em menos de 20 dias do início de um tratamento que associa imunoterapia a engenharia genética, a doença havia regredido a patamares ínfimos. O seu caso ficou mundialmente conhecido.

A Polícia Civil de Minas Gerais informou que o corpo de Vamberto deu entrada no Instituto Médico Legal (IML) no dia 11 de dezembro. Somente após o laudo de necroscopia será possível afirmar se há ou não indícios de violência na morte de Vamberto, diz a corporação. O laudo ficará pronto em até trinta dias.

Reportagem de VEJA mostrou que empresas estão investindo na ampliação e no aperfeiçoamento dos recursos tecnológicos e científicos para estender a vida com qualidade, em uma busca pela vida eterna. Um dos entrevistados afirmou que, dentro do atual ritmo dos avanços, a medicina será capaz de curar 90% dos cânceres em fase inicial e 50% dos que estão em estágio avançado.

No caso de Vamberto, ele se submeteu a um tratamento conhecido como CAR-T, a técnica mais arrojada já empregada na oncologia, desenvolvido no Brasil. O acompanhamento foi feito no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, com auxílio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Vamberto foi diagnosticado com linfoma não Hodgkin de alto risco, um câncer hematológico grave, há dois anos. Entre setembro de 2017 e junho deste ano, foi submetido a quatro tratamentos diferentes, sem sucesso. O linfoma é um tipo de câncer que afeta o sistema imunológico e, por causa da doença, o seu prognóstico era de menos de um ano de vida.

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Ao contrário dos medicamentos disponíveis atualmente, cada dose é customizada para o paciente e, para isso, há uma logística complexa. Em menos de 20 dias após o início do tratamento, exames mostraram que as células cancerígenas desapareceram. Os sintomas – suores noturnos, perda de peso e nódulos no pescoço – e as dores sumiram.

Atualmente, somente o Centro de Terapia Celular (CTC-FAPESP-USP) do Hemocentro de Ribeirão Preto, ligado ao Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, unidade da Secretária de Estado da Saúde, desenvolve a medicação no Brasil. No momento, eles só são capazes de realizar um tratamento por vez. Mas há expectativa para ampliação dessa capacidade em breve.

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