Governo vai assinar acordo de produção do IFA no Brasil pela Fiocruz
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que contrato deve ser firmado em 1º de junho
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quarta-feira, 26, que o governo vai assinar na próxima semana um contrato de Encomenda Tecnológica com a farmacêutica inglesa AstraZeneca. O acordo vai possibilitar que o ingrediente farmacêutico ativo (IFA), material necessário para produção da vacina contra a Covid-19, seja fabricado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em âmbito nacional.
Em audiência conjunta das comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, o ministro disse que a assinatura do contrato deve ocorrer no dia 1° de junho, na presença do presidente Jair Bolsonaro. Com isso, ele espera vacinar a população brasileira acima de 18 anos até o fim de 2021.
Queiroga ressaltou que o país tem contratadas, até 2022, cerca de 600 milhões de doses de vacinas. Até o momento, foram distribuídas pouco mais de 90 milhões de doses aos estados e municípios, das quais 30 milhões, em maio.
O ministro também foi questionado sobre a quantidade de vacinas para o mês de junho. De acordo com a assessoria do Ministério da Saúde, devem ser entregues 41,9 milhões de doses, 12 milhões a menos do que a previsão inicial. Serão 20,9 milhões de doses da AstraZeneca, 12 milhões da Pfizer, 4 milhões do imunizante da AstraZeneca obtidos via consórcio Covax Facility e 5 milhões de doses da CoronaVac.
Segundo Queiroga, a redução na previsão ocorreu em razão da falta de insumos. “Estamos tentando ainda antecipar dois lotes de IFA da AstraZeneca, previstos para o dia 20 de junho. Se conseguirmos, acredito que vamos voltar para o número inicialmente previsto de doses para junho”, afirmou.
Programa nacional de testagem
Queiroga disse ainda que o ministério vai começar a adotar uma estratégia de ampliação do número de testes aplicados na população. Segundo ele, a pasta lança na quinta-feira um programa nacional de testagem em massa para chegar a 20 milhões de brasileiros ao mês.
A medida visa, entre outros pontos, rastrear uma possível transmissão comunitária da variante indiana do novo coronavírus. A presença da nova cepa, a B.1.617.2, foi confirmada no país na quinta-feira passada, quando seis casos foram detectados entre 24 tripulantes do navio chinês MV Shandong Da Zhi, que veio da Malásia, passou pela África do Sul e está em isolamento na costa do Maranhão.
Segundo Queiroga, os testes devem ser aplicados em pessoas sintomáticas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e também as que apresentem sintomas iniciais, em locais pré-definidos, como portos, aeroportos e rodoviárias. “Hoje é possível, graças ao avanço da tecnologia, ter testes de antígenos rápidos que, em 15 minutos, nos dão o resultado de positividade ou não. Quem testar positivo já vai logo para o isolamento”, disse.
Exoneração
O ministro comentou ainda a exoneração do superintendente do ministério no Rio de Janeiro, o militar da reserva George Divério. A medida foi tomada após denúncias de desvios de recursos em contratos de saúde e no estado. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira.
“Naturalmente, não compete ao ministro da Saúde fazer um juízo de valor nesse momento, de culpabilidade ou não daquele agente público. Mas diante do que foi suscitado, o ministro da Saúde tomou a decisão que deveria tomar: exonerar o servidor sem nenhum prejuízo a ampla defesa e ao contraditório”, disse.
(Com Agência Brasil)