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Gama plus: pesquisadores brasileiros descobrem nova variante

Projeto da Dasa para sequenciamento do coronavírus identifica mutação convergente da variante Gama, identificada em Manaus, com a Delta, da Índia

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 ago 2021, 20h19 - Publicado em 12 ago 2021, 20h09

Pesquisadores do Genov, projeto científico da Dasa de vigilância por sequenciamento amostral do SARS-CoV-2 no Brasil, identificaram o avanço de uma mutação da variante Gama, também chamada P.1 e identificada pela primeira vez em Manaus, no país. Chamada Gama plus, a nova cepa apresenta uma “mutação convergente com características da Delta, variante que geralmente apresenta essa alteração estrutural”, escreveram os pesquisadores no primeiro relatório publicado pela iniciativa.

O projeto analisou 1.380 amostras de todas as regiões do Brasil, coletadas entre maio e junho, e observou que mais de 95% eram da linhagem Gama. Dentre elas, 11 amostras de maio, apresentaram a mutação P681H, em que o aminoácido prolina é substituído por um outro, a histidina. Elas foram encontradas em Goiás (5), Tocantins (2), Mato Grosso (1), Ceará (1), Santa Catarina (1) e Paraná (1).

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“Essa mutação de prolina para histidina já havia sido vista em outras variantes no mundo, incluindo todas as variantes de preocupação (VOCs, na sigla em inglês), mas não era muito comum na Gama. No entanto, temos visto um aumento em sua ocorrência nas amostras brasileiras”, explica o coordenador do Genov e virologista da Dasa, José Eduardo Levi.

Os pesquisadores também identificaram uma amostra da variante Gama com a mutação P681R, em que no lugar da prolina é notada a presença de arginina, típica da Delta, em Nova Iguaçu, (RJ). Em junho foram identificadas, ainda, três amostras da variante Delta no Paraná (Curitiba, Cascavel e Matinhos) e um caso no Rio de Janeiro. Esses foram os únicos casos da variante identificados pela Dasa até o momento.

“Ainda que sejam números referentes aos meses de maio e junho, são de grande importância epidemiológica pois nos ajudam a entender o comportamento e a evolução das variantes no Brasil. São achados que reforçam nossa percepção de que não devemos minimizar o risco que as variantes importadas para o nosso país, como a Delta, possam representar; mas que precisamos nos manter atentos para a evolução local da Gama”, salienta Levi.

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