Fiocruz diz que fake news atrasam a vacinação infantil no Brasil
Nota técnica da fundação atribui a baixa cobertura vacinal em crianças à disseminação de notícias falsas sobre a eficácia e segurança das vacinas

Em nota técnica divulgada nesta quarta-feira, 16, o Observatório Covid-19 Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) alerta que a disseminação de notícias falsas sobre a eficácia e segurança da imunização para a faixa etária entre 5 e 11 anos atrasam a vacinação infantil e, consequentemente, o retorno das atividades escolares.
Com um panorama atual da vacinação desse público contra a doença, o documento reforça a necessidade de articulação de todas as esferas de gestão para a expansão da cobertura vacinal no país, especialmente entre as crianças, que por serem o grupo que ainda não está imunizado, se torna vulnerável à infecção e à disseminação do vírus, inclusive entre outros grupos etários. “Trata-se aqui de um receio seletivo para a vacina contra a Covid-19. Mais do que nunca, cabe o devido esclarecimento à sociedade civil, com linguagem simples e acessível sobre a importância, efetividade e segurança das vacinas, envolvendo a responsabilidade de todos os níveis de gestão da saúde no país”, dizem os pesquisadores da Fiocruz.
O documento destaca ainda a urgência por acelerar a distribuição de vacinas para todas os estados e o fortalecimento de uma rede colaborativa que faça os esclarecimentos necessários junto à população. E mostra que a cobertura vacinal de primeira dose é diretamente proporcional e maior nos estados onde a expectativa de vida ao nascer e o IDH maiores e menor onde há maior desigualdade de renda, pobreza e internações por condições primárias.
Também evidencia que a cobertura vacinal de primeira dose possui relação inversa com a proporção de crianças elegíveis. Nos locais com mais crianças de 5 a 11 anos, há menor cobertura vacinal de primeira dose contra a Covid-19 para este grupo. “A cobertura vacinal de primeira dose possui forte correlação inversa com a proporção de crianças elegíveis (-0,73). Este parece ser um efeito relacionado ao ritmo de expansão da vacinação, já que nos estados com maior número de crianças elegíveis avançou-se menos”, explicam os pesquisadores.
Abaixo, o número da vacinação no Brasil: