Avatar do usuário logado
Usuário
OLÁ, Usuário
Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Black Friday: 4 Revistas pelo preço de uma!

Estudo do Unicef mostra impacto de operações policiais na saúde infantil

Levantamento realizado no Complexo da Maré indica queda de 90% na vacinação de crianças durante ações; população fica mais vulnerável a infecções

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 out 2025, 14h05 - Publicado em 29 out 2025, 13h45

Um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostrou o impacto de operações policiais em comunidades para a vacinação da população na primeira infância, período que compreende a faixa etária de 0 a 6 anos, e apontou uma queda de 90% na imunização durante as ações. O levantamento, com dados de 2024 e 2025, foi realizado no Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, território composto por 16 comunidades e com mais de 140 mil habitantes. Nesta terça-feira, 28, incursões nos complexos do Alemão e da Penha alcançaram o status de ação mais letal da história do país, totalizando mais de 130 mortes até o momento.

Para compreender como as operações comprometem a imunização das crianças, foi realizado o cruzamento de dados de vacinação do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), do Ministério da Saúde, e o registro de operações policiais coletados pelas Redes da Maré por meio do eixo de Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça. Foi assim que os pesquisadores chegaram à redução expressiva de crianças vacinadas.

Isso ocorre pelo fato de que as incursões costumam resultar em confrontos que levam ao fechamento de unidades de saúde e ao comprometimento da circulação de famílias e profissionais de saúde nas regiões afetadas. O estudo “A Primeira Infância na Maré: impactos da violência armada na saúde e imunização de crianças até 6 anos de vida” foi apresentado no último dia 24.

De acordo com o estudo, ocorreram 43 dias com operações policiais na Maré no ano passado, dos quais 22 levaram ao fechamento de, ao menos, uma das seis unidades de saúde da comunidade. Nesse período com interrupção das atividades, nove crianças foram vacinadas e houve aplicação de 20 doses. Em dias normais, foram imunizadas 89 crianças com uma média de 187,3 doses. Em dias em que o fechamento das unidades foi parcial, um total de 14 dias, houve queda de 64% no número de crianças vacinadas.

No primeiro semestre deste ano, o mesmo padrão foi notado pelos pesquisadores. A média de crianças vacinadas em dias sem operações foi de 76 e o número caiu para 11 quando as incursões estavam ativas.

Continua após a publicidade

“A rotina de violência armada vivenciada pela primeira infância na Maré não pode se tornar uma constante que nega o direito à saúde e proteção. Nenhuma criança deve ficar sem acesso à vacinação, nem mesmo por causa da violência armada, e nenhuma gestante ou mãe deve ser impedida de sair de casa para garantir o cuidado de seus filhos. O estudo deixa claro que a insegurança e o medo impedem muitas famílias de buscar atendimento, agravando ainda mais a vulnerabilidade e os riscos à saúde das crianças na região”, afirmou, em comunicado, Flavia Antunes, chefe do escritório do Unicef no Rio de Janeiro.

Além de impactar na proteção dada pelas vacinas e nas coberturas vacinais, as operações têm outros efeitos deletérios. “Crianças e jovens da Maré sofrem impactos invisíveis, como efeitos significativos na saúde mental e a perda de anos escolares, que vão determinar uma série de consequências para a vida adulta. Não podemos naturalizar a suspensão dos direitos básicos dos moradores, durante as ações policiais nessas regiões”, disse Eliana Sousa Silva, diretora da Redes da Maré.

Importância da vacinação

O Brasil é uma referência em imunização de crianças e conseguiu erradicar doenças graves, como a poliomielite, a partir da oferta gratuita de vacinas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Continua após a publicidade

Até os seis anos, crianças de todo o país podem ser vacinadas contra sarampo, caxumba, rubéola, gripe, covid-19 e outras infecções que podem levar a hospitalizações ou à morte. A oferta das doses segue o Calendário Nacional de Vacinação, que conta com imunizantes que são aplicados ainda na gestação para proteção do bebê.

Cada faixa etária, inclusive no primeiro ano de vida, recebe doses e os reforços em períodos específicos que devem ser cumpridos. A interrupção das atividades nos postos de saúde atrapalha o cumprimento do calendário, deixando as crianças mais vulneráveis a infecções e comprometendo a saúde delas.

Compartilhe essa matéria via:

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA CONTEÚDO LIBERADO

Digital Completo

A notícia em tempo real na palma da sua mão!
Chega de esperar! Informação quente, direto da fonte, onde você estiver.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
ECONOMIZE ATÉ 47% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 7,50)
De: R$ 55,90/mês
A partir de R$ 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.