Por mais que a densidade da mama seja um fator de risco bem estabelecido para o câncer de mama, a relação entre mudanças no tecido fibroso e glandular, e a doença. Agora, um estudo recém-publicado no periódico Jama Oncology conseguiu se aprofundar nessa associação e constatou que a lenta redução da densidade da mama pode ser um marcador para a doença, pois está relacionada com o aparecimento dos tumores.
Para a avaliação, eles observaram 947 mulheres que fizeram mamografias de rotina a cada um ou dois anos ao longo de uma década. A idade média das voluntárias era de 56 anos e elas preencheram um formulário sobre fatores de risco para a doença, como histórico familiar e consumo de bebidas alcoólicas.
“Observamos que a densidade da mama era maior no início do estudo para as mulheres que mais tarde desenvolveriam câncer de mama em comparação com os controles que permaneceram livres de câncer”, disseram os pesquisadores na publicação. “A taxa de diminuição da densidade para a mama que desenvolveu câncer de mama foi significativamente mais lenta do que para os controles que não desenvolveram câncer de mama.”
+ LEIA TAMBÉM: Estudo da Fiocruz mostra técnica promissora contra câncer de mama
É importante explicar que a diminuição da densidade mamária é um processo natural que ocorre pela redução da circulação dos hormônios femininos, como o estrogênio e a progesterona, ao longo do processo de envelhecimento. O salto deste estudo foi reconhecer a velocidade dessa queda e como ela impacta no aparecimento dos tumores.
Como as mulheres realizam mamografias anualmente, a partir dos 40 ou 50 anos, dependendo do caso, os pesquisadores acreditam que a análise de alterações da densidade das mamas seria possível ao longo do tempo e este método poderia ser uma estratégia não só para avaliar o risco de câncer de mama, mas para oferecer uma “gestão de risco personalizada”.
No mundo, são registrados mais de 2,3 milhões de casos de câncer de mama por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O Brasil teve 73.610 novos casos estimados e 18.032 mortes no ano passado, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA).