OMS em Alerta: o que o El Niño tem a ver com doenças virais?
Segundo diretor-geral Organização Mundial da Saúde, fenômeno climático ajuda a aumentar a transmissão de dengue, zika e chikungunya
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou nesta quarta-feira, 21, que a entidade se prepara para um aumento na disseminação de doenças virais ligadas ao fenômeno climático El Niño. “A OMS está se preparando para a probabilidade muito alta de que 2023 e 2024 sejam marcados por um evento El Niño, que pode aumentar a transmissão de dengue e outros chamados arbovírus, como zika e chikungunya”, disse.
Após três anos do padrão climático La Niña – fenômeno natural oposto, que diminui as temperaturas da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental -, o El Niño promove um aquecimento da superfície da água no leste e centro do Oceano Pacífico. É provável que isso produza condições climáticas extremas ainda neste ano, como ciclones tropicais girando em direção a ilhas vulneráveis do Pacífico, chuvas intensas na América do Sul e secas na Austrália e em algumas partes da Ásia.
O chefe da OMS também disse que a mudança climática está alimentando a reprodução de mosquitos e, por isso, a incidência de dengue já aumentou acentuadamente nas últimas décadas, principalmente nas Américas. O Peru, por exemplo, declarou estado de emergência na maioria das regiões pelo aumento dos casos, o que levou sua ministra da saúde, Rosa Gutierrez, a renunciar ao cargo na semana passada.
Assim como a zika e chikungunya, a dengue é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, com sintomas que incluem febre, dores nos olhos, cabeça, músculos e articulações, náuseas, vômitos e fadiga.