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Está chegando a hora do anticoncepcional masculino?

Intervenções ainda estão em fase de estudo, mas podem chegar ao público em breve

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 abr 2025, 18h00

Quando se fala em contracepção, as opções de intervenção no corpo das mulheres são inúmeras, mas os homens seguem sem boas alternativas à realização de vasectomia ou ao uso de contraceptivos. Mas isso pode mudar em breve: estudos começam a jogar luz sobre uma diversidade de opções que podem chegar ao mercado no futuro. 

A última notícia veio de uma pesquisa sendo realizada na Austrália: de acordo com a empresa Contraline, uma intervenção não hormonal e potencialmente reversível chamada de Adam, desenvolvida por eles, mostrou segurança e efetividade por um período prolongado. 

“Nosso objetivo era criar uma opção contraceptiva masculina com duração de dois anos, atendendo diretamente às necessidades dos consumidores”, disse o Alexander Pastuszak, diretor médico da organização, em comunicado. “Esses resultados confirmam que o Adam. nosso hidrogel inovador e solúvel em água, pode alcançar a vida útil pretendida.”

O ensaio clínico está sendo realizado em 25 indivíduos, sendo que dois deles chegaram ao marco de dois anos do experimento. Outros participantes já passaram dos 12, 15, 18 e 21 meses de teste, sem apresentar efeitos colaterais relevantes – os resultados definitivos ainda não foram avaliados por pares nem publicados em revistas científicas, embora já tenham sido apresentados em congressos da área. Os estudos com animais foram publicados em maio na revista Contraception

Como funciona o contraceptivo masculino?

O Adam consiste em um gel que é aplicado em um dos canais que conduz os espermatozoides. “Esse gel age como uma barreira física, bloqueando a passagem dos espermatozoides e, assim, impedindo que eles estejam presentes no sêmen durante a ejaculação”, diz Eduardo Taromaru, urologista do Centro Especializado em Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. 

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O procedimento é bem parecido com a vasectomia, mas a cirurgia de esterilização é irreversível e exige alguns dias de recuperação. Já o Adam é realizado por um procedimento minimamente invasivo, que dura cerca de 10 minutos, sem que o paciente precise de sedação. 

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Apesar de durar bastante, o gel se mostrou absorvível em estudos com animais – de modo que funcione reversivelmente, por alguns anos, até ser degradado pelo corpo. Os estudos com humanos ainda precisam comprovar que essa absorção vai ocorrer. Enquanto isso, a empresa também desenvolve técnicas para reverter o procedimento sob demanda, quando exigido pelo paciente. 

Essa foi apenas a fase 1 do ensaio clínico, mas a fase 2, com um número maior de pacientes, já foi aprovada na Austrália e deve ter início nos próximos meses. Uma terceira fase, mais ampla, ainda será necessária antes que o produto chegue ao público. 

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Há algum contraceptivo masculino disponível?

Apesar do Adam ter gerado animação entre a comunidade científica, existem outros testes em fase avançada de desenvolvimento. O principal deles é o Risug. Desenvolvido na Índia, ele consiste na aplicação de um gel no mesmo vaso que o Adam, mas em vez de impedir a passagem, ele danifica a cauda dos espermatozoides, impedindo a fecundação. 

Outros procedimentos parecidos também estão sendo desenvolvidos, mas opções com implantes hormonais ou pílulas que impedem a produção de espermatozoides também estão em fase clínica de pesquisa, com resultados esperados para os próximos anos. 

A expectativa é alta porque, hoje, ainda não existem boas alternativas para os homens, de modo que o fardo da contracepção recaia mais sobre as mulheres. “O contraceptivo masculino contribui para a divisão mais equilibrada dessa responsabilidade”, diz Taromaru. “Isso pode impactar diretamente na redução das taxas de gestações não planejadas, promovendo um controle mais eficaz da fertilidade de forma compartilhada.”

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