Erva daninha pode curar câncer de pele
Seiva de planta usada para tratar asma e verrugas mostra-se eficiente no tratamento do tumor do tipo não-melanoma
A seiva de uma pequena erva daninha da família das euforbiáceas, chamada Euphorbia peplus, pode ser eficiente no tratamento do câncer de pele do tipo não-melanoma, defende estudo publicado na última edição do periódico British Journal of Dermatology. Apesar de não ser a forma mais agressiva da doença, a modalidade representa 95% dos casos de câncer de pele.
Segundo os pesquisadores, a maior parte desses tipos de câncer de pele é facilmente tratável e até mesmo curável, por métodos como a cirurgia de extração e a fototerapia, que mata as células cancerígenas. Entretanto, eles podem não ser eficientes ou adequados para alguns pacientes. Já a erva, usada pela medicina popular há séculos para tratar asma, verrugas e outros tipos de câncer, poderia ser uma alternativa eficiente a esses pacientes.
Testes – Para chegar aos resultados, os pesquisadores avaliaram 36 pacientes, que apresentavam 48 lesões na pele do tipo não-melanoma. A seiva da erva, então, foi aplicada sobre a lesão uma vez ao dia, durante três dias. Depois de um mês, 41 das 48 ocorrências do câncer haviam desaparecido completamente – nenhum sinal do tumor foi encontrado no exame clínico.
As áreas antes cobertas por lesões foram acompanhadas pelos pesquisadores por 31 meses. Quinze meses depois, dois terços das regiões mantinham resposta completa ao tratamento – ou seja, não houve recidiva. Já os pacientes que apresentaram apenas uma resposta parcial ao tratamento foram encaminhados a um segundo procedimento.
A partir dos resultados, novos testes, em larga escala, deverão ser realizados para avaliar se a substância ativa da erva daninha, chamada ingenol mebutate, pode ser inserida no tratamento sistemático do câncer de pele do tipo não-melanoma. Estudos anteriores já haviam demonstrado que, quando aplicado sobre a pele, o ingenol não apenas mata as células cancerígenas, mas também ativa as células brancas chamadas neutrófilos. Elas são responsáveis por reduzir o risco de retorno da doença, uma vez que destroem as células malignas residuais – o que permitiria que o tumor voltasse a crescer.